quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Em extinção, boi pantaneiro é pesquisado pela UEMS

Por: Eduarda Rosa
Mais resistente e adaptado as regiões pantaneiras de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, o boi pantaneiro é uma espécie em extinção. Por isso, pesquisadores da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) da unidade de Aquidauana desenvolvem trabalhos para o aumento do número da espécie e também da competitividade no mercado.


O tema foi tratado com destaque em uma edição do Record Rural de outubro. Na reportagem o professor da UEMS, Marcus Vinícius de Oliveira, explica que por conta da ameaça de extinção - já que há 100 anos havia mais de 3 milhões de cabeças de gado dessa raça registrados no Pantanal e hoje são apenas 500 no MS e MT- em 2009, foi iniciado o Núcleo de Bovinos Pantaneiros de Aquidauana (Nubopan). No início eram 15 fêmeas e hoje há 75 animais, com isso já é possível fazer as primeiras investigações científicas para poder saber qual é a real produção de leite destas vacas e o potencial para ganho de peso.
“Estamos fazendo uma troca com os produtores que criam estes animais puros. Eles nos cedem os animais, nós fazemos um trabalho de superovulação, produzindo os embriões, transferimos estes embriões posteriormente nas vacas nelores e girolando, que temos aqui na Universidade, produzimos estes animais e depois repassamos novamente para os produtores”, esclareceu.
Essa mobilização se faz necessária, pois o bovino pantaneiro é uma raça diferenciada, só encontrada aqui na região. Ele tem origem européia, mas após um longo processo de seleção natural se adaptou a região e hoje é um dos animais mais resistentes as doenças e pragas. As fêmeas dessa raça também se destacam por que são capazes de se reproduzir com mais de 20 anos de idade, enquanto as raças mais comuns de mercado se reproduzem por aproximadamente 10 anos.
A veterinária e professora da UEMS, Carolina Barbosa, disse à reportagem que por tratar-se de um animal que já vem de uma origem de adaptação e maior resistência “o casco dele é mais resistente, eles conseguem se adaptar ao local mais seco, mais úmido e também se observa que são animais que não apresentam muitas lesões na peles, se as lesões acontecem, eles têm uma cicatrização melhor”.
Mesmo com todas estas qualidades, houve a troca do tipo da raça criada e os produtores passaram a criar mais gado nelore. “Os produtores passaram a produzir estes animais meio sangue por ter realmente um desempenho muito superior. O problema é que com o passar do tempo eles castravam todos os touros pantaneiros e deixavam somente os touros nelores. Então por um trabalho de absorção genética, praticamente esta raça se exauriu  e hoje juntando ambos os estados nós temos menos de 500 animais puros desta raça. Apesar dela existir, se encontra realmente em risco de extinção”, concluiu.
Para ver a reportagem em vídeo acesse: https://www.youtube.com/watch?v=EXDNeQyLjYo


Publicado em: http://www.portal.uems.br/noticias/detalhes/em-extincao-boi-pantaneiro-e-pesquisado-pela-uems 

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