Divulgação Científica


A IRRESTRITA SUPEREXPLORAÇÃO DO SEXO NO SITE “MEIONORTE.COM: TUDO PARA ESTAR PERTO DE VOCÊ” ENVENENANDO A MENTE DAS CRIANÇAS
Eduarda Fernandes da ROSA
Filipe de Carvalho PRADO 
Marcela ALVES
Maria Alice Campanoli OTRE
Centro Universitário da Grande Dourados, Dourados, MS


Artigo científico apresentado no Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação /  XIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Centro-Oeste – Cuiabá – MT - 8 a 10 de junho de 2011; foi classificado em 1º lugar no eixo temático "Mídia e comunicação" durante o "III Salão de Pós-Graduação de Mato Grosso do Sul", realizado no Centro Universitário da Grande Dourados - Unigran.


RESUMO: O presente artigo desenvolvido na Disciplina de Ética, durante o 4º semestre do curso de jornalismo, discorre sobre como a explícita superexploração do sexo pode interferir na mente e no corpo infantil a ela expostas. Abordamos como objeto de pesquisa o site “MEIONORTE.COM”, que tem como slogan a frase “TUDO PARA ESTAR PERTO DE VOCÊ”. A partir deste ponto extraímos a problemática de como o site usa suas ferramentas para chamar a atenção das pessoas. Este artigo teve como base o livro “Sobre ética e imprensa”, de Eugênio Bucci, que fala dos sete pecados capitais do jornalismo, sendo que nossa análise pautou-se acerca dos “pecados”, superexploração do sexo e envenenamento da mente das crianças e o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Para situarmos o contexto que envolve o público infantil na atualidade, fizemos uma entrevista aberta com uma psicóloga que estuda a temática.

PALAVRAS-CHAVE: ética jornalística; sexo na mídia; crianças; site meionorte.com.

INTRODUÇÃO
Verifica-se que o sexo tem um grande poder de atrair o interesse da população em geral. Cientes disso, muitos veículos de comunicação utilizam-se deste recurso para seduzir e
fidelizar o público, conseguindo manter a audiência e garantir mais investimentos e patrocínios.
Contudo há de se observar que valores éticos e morais estão sendo afastados em detrimento das vantagens financeiras, colocando crianças e adolescentes a deriva de um conteúdo pornográfico, nada adequado as suas faixas etárias.
Nessa seara o presente artigo tem como objetivo geral mostrar por meio do site “MeioNorte.com: Tudo para estar perto de você”, que os meios de comunicação usam a exploração do sexo para atrair leitores para os seus veículos, interferindo na mente das crianças por apresentarem conteúdo impróprio de maneira explícita e irrestrita, tanto na sessão destinada ao assunto como na capa.
Tem também como objetivos específicos compreender como a mente da criança é afetada ao ser exposta a conteúdos não apropriados a sua faixa etária e; quais as alterações precoces que podem acontecer no corpo da criança exposta a esses conteúdos.
Para este artigo é proposto o estudo de caso do site “MeioNorte.com: Tudo para estar perto de você”, avaliando o conteúdo apresentado e de que maneira este é exposto sem as menores restrições, identificando quais as ferramentas usadas pelo site para chamar a atenção.
Utilizar-se-á bibliografias que tratam de temas relacionados com o jornalismo e seu papel na sociedade, além de entrevistas com profissionais que possam avaliar os efeitos a esta exposição em crianças e jovens.

PROLIFERAÇÃO DO EROS NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
O erotismo é superexplorado no capitalismo tanto em filmes, revistas, espetáculos, publicidades, na televisão e na internet. Na televisão existe antes de cada programa a indicação de idade, em algumas revistas também, porém a internet é um território livre, onde crianças podem acessar páginas de relacionamentos, vídeos, blogs e até sites ditos de notícias que apresentam esses conteúdos.
De acordo com Edgar Morin (2007, p.122), o erotismo do capitalismo transformou a mulher em objeto, tanto objeto de divertimento, quanto de prazer e de luxo, que acabam tendo um padrão de beleza erotizada.

Para estabelecer os conteúdos a serem apresentados, os responsáveis pelas programações levam em conta o que “o público quer ver”, isso significa que dão maior espaço para as editorias que possuem os maiores índices de audiência.
Segundo Eugênio Bucci (2000, p.160), “a sociedade vê aquilo que diz repudiar”. Essa afirmação torna-se compreensível ao verificarmos que os assuntos que possuem maior acesso e repercussão estão ligados a temas como violência, sexo e tragédias.
A superexploração do sexo é um dos “Sete Pecados Capitais” do jornalismo, conforme sistematizou Paul Johnson, no livro de Eugênio Bucci, Sobre ética e imprensa. Ela é explícita no site “MeioNorte.com: Tudo para estar perto de você”, e pode ser entendida como um recurso para aumentar a quantidade de acessos, pois, normalmente, é a cada acesso que o site ganha com as publicidades. Mas esse ato vai contra a conduta profissional do jornalista, que de acordo com o Código de Ética no Capítulo II, artigo 6º dos Deveres do jornalista, no inciso VIII, “respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão” e também no inciso XI “defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, adolescentes, mulheres, idosos, negros e minorias”.
Por ser a internet um campo de difícil controle, a medida mais acertada para a disponibilização de um site de notícias na rede seria seguir um limite de ética e responsabilidade profissional, levando em conta que famílias inteiras podem ter acesso a esse conteúdo e os prejuízos causados a elas não podem ser contabilizados em curto prazo.
Eugênio Bucci chama de critério de bom gosto aquilo que qualquer pessoa aceitaria dentro de sua própria casa, atribuindo ao jornalista o papel de oferecer aos seus leitores conteúdos com o mínimo de adequação ao bom senso.
(...) não são somente os meios de comunicação de massa os responsáveis pelas leituras que as crianças fazem deles.
Mais que os meios de comunicação de massa, o contexto social no qual se insere a criança (incluindo os próprios meios de comunicação de massa) acaba determinando mais fortemente o tipo de leitura que a criança fará do mundo e com o qual, conseqüentemente, formará sua representação de mundo. Nesse processo, portanto, a importância do meio cede lugar à relevância das mediações que se estabelecem entre os mais diversos setores da sociedade. (MUNGLIOLI, 2005, p. 62) 

A cultura pode ser entendida como uma das grandes responsáveis pelo envenenamento da mente das crianças, expressão criada por Paul Johnson, para designar a maneira velada como a sociedade tem tratado temas de grande importância para a formação de seus futuros cidadãos.
Indagar sobre a experiência da infância no mundo de hoje implica em um olhar crítico sobre as representações da criança na mídia e sobre os modos como adultos e crianças interagem com a cultura do consumo, a tecnologia e a velocidade com que as informações circulam, redefinindo não apenas as relações entre as pessoas, mas também uma nova cultura lúdica. (SOUZA, 2005, p.1)
A mídia propaga mensagens vinculadas que relacionam produtos e atitudes nocivas a ídolos e uma falsa promessa de felicidade. Desta maneira, ela deturpa a cultura para envenenar o inconsciente coletivo, em especial o das crianças. Segundo Bucci (2004. p. 66) (...) o que nos diferencia da sociedade de duzentos anos atrás é a “espetacularização da imagem e seu efeito sobre os consumidores da (aparente) subjetividade alheia”.
O capital cultural corporal, que vem sendo elemento recorrente no discurso midiático da era digital, deve ser observado também sob a ótica da relação entre mercado e meios de comunicação. (...) essa estreita ligação, evidente e necessária, é que vai dar as diretrizes para a formação do imaginário social. (SENDRA, 2006, p. 6)
A espetacularização nos meios de massa faz com que o psicológico e o corpo infantil sejam afetados, como explica à psicóloga Ivoneide Vasconcelos:
As crianças absorvem com muita facilidade os conteúdos, porque tem muita curiosidade sobre o assunto e prestam bastante atenção ao que assistem, por menor que seja o tempo de exposição. Os conteúdos não apropriados a sua faixa etária podem acelerar no tema sexualidade, atropelam a curiosidade e o interesse, pois as mesmas aprendem o que vêem os outros fazendo, conseqüentemente imitam os comportamentos sexuais mesmo sem compreender exatamente o que estão fazendo.
O acesso infantil à internet nos últimos anos, de acordo com o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, vinculado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil:
Em Outubro de 2010 57% das crianças de 5 a 9 anos informaram já ter usado computador. Na área urbana, o percentual chegou a 60% e na zona rural, a 46%. Já o acesso à internet foi menor. Do total de crianças, 23% afirmaram ter se conectado à internet. Nas zonas urbanas o índice foi de 25% e nas zonas rurais, de 16%.
Em agosto de 2010, internautas brasileiros acima de 15 anos gastaram quase 20% de seu tempo on-line navegando em redes sociais. Em um ano, o aumento do tráfego foi de 51%, segundo dados da comScore. Os acessos acontecem principalmente no Orkut e, nos últimos meses, têm aumentado no Twitter e Facebook. 
Essa proliferação da erotização pela mídia pode ser vista em muitos meios de comunicação de massa, inclusive no objeto analisado, o site MeioNorte.com, como veremos a diante.

A SUPEREXPLORAÇÃO DO SEXO E O DESCUIDO COM O DESENVOLVIMENTO INFANTIL PELO SITE MEIONORTE.COM
O objeto estudado, site “MeioNorte.com: Tudo para estar perto de você”, é do estado do Piauí. De caráter informativo, contém em sua maioria notícias copiadas de outros sites, fazendo referências as fontes, principalmente ao G1, site de notícias da Globo; e R7, site de notícias da Record.
As editorias do site são: Geral, Política, Polícia, Economia, Entretenimento, Esporte, Moda, Jornais, Concursos, Ciência e Tecnologia, Mundo Bizarro e também “SEXO”, dentro dessa editoria encontra-se o “Harém”, que oferece, sem nenhuma dificuldade, o acesso a conteúdos pornográficos de diversos tipos.
Ao abrir a editoria “SEXO”, o leitor vê inicialmente uma tela de restrição onde se lê: “Aviso importante, o conteúdo dessa página é reservado para maiores de 18 anos”, logo após segue o texto:
Os conteúdos que você se dispõe a ver podem incluir textos, imagens ou outros materiais para adultos. Esses conteúdos são dirigidos especificamente para pessoas maiores de idade e que, segundo a legislação aplicável, tenham plena capacidade para acessar produtos relacionados a sexo. Fica, terminantemente, proibido o acesso a esses materiais por aqueles que não cumpram tais requisitos. Caso você não atenda a algum dos requisitos anteriormente expostos fica obrigado a clicar em "Sou menor". Clicando em "Sou maior de 18 anos", você declara expressamente que é maior de idade, tem plena capacidade para acessar produtos relacionados a sexo, deseja ver conteúdos de caráter sexual destinados exclusivamente a adultos, não considera ofensivos materiais relativos a nus ou outras atividades sexuais e abandonará, imediatamente, os conteúdos caso os considere ofensivos.
Ao final da página apresentam-se os ícones: “Sou maior de 18 anos” (a página abre), e “Sou menor de 18 anos” (volta para a capa do site).
Na capa do site não se economizam chamadas para essa editoria, como se pode notar nos exemplos a seguir: “Loira linda, nua e bem provocante só para você. Fotos no Harém!” (com uma foto mostrando os seios), “Vai pegar fogo! Ex-BBBs Fani e Natália se beijam na boca e ganham R$ 400 mil cada uma da „Playboy”, “Dani Sperle, ex-noiva de Frota, capricha no biquíni e exibe corpão sarado em dia de praia. Fotos!”, “Harém!
Seleção de beldades muito lindas só pra você”, “Com saudade? Mariana, a deliciosa do Big Brother 6”.

Abaixo dois exemplos de reportagens retiradas do site:
Exemplo 1:
Promete ser para lá de quente! Fani e Natália simulam sexo em ensaio para revista „Playboy‟ De acordo com a assessoria da loira de Nova Iguaçu, o ensaio será diferente de todos os outros já feitos na história da revista brasileira29/10/2010 - 11h:43Pelo visto o ensaio da Playboy das ex-BBBs Fani Pacheco e Natália Casassola promete ser para lá de quente! Em vídeo de divulgação da revista, as loiras aparecem em cenas de muita sensualidade e paixão, em um dos momentos elas dão um beijo na boca. Natália também aparece lambendo o corpo de Fani. As belas ousaram bastante, em um clima de volta de uma noitada, cheio de romance e erotismo. De acordo com a assessoria da loira de Nova Iguaçu, o ensaio será diferente de todos os outros já feitos na história da revista brasileira, em que haviam mulheres posando no mesmo cenário, mas não interagiam entre si. A revista chega nas bancas em novembro.

A notícia foi retida do site “Quem” com descrições picantes, títulos chamativos e fotos sensuais.


Exemplo 2:
Ex-chiquitita fala sobre Morango: "Eu não a amo como mulher""Nosso relacionamento é de amizade. Eu não a amo como mulher'', disse ela31/10/2010 - 13h:44Renata Del Bianco, a ex-chiquitita que provocou polêmica após aparecer em imagens sensuais com a ex-BBB Ana Angélica, mais conhecida como Morango, falou em entrevista à revista "Veja" desta semana sobre sua volta para a mídia.Afastada do grande público desde que encerrou sua participação na novela infantil "Chiquititas" em 1998, Renata contou porque decidiu fazer o ensaio. "Os fãs de Chiquititas diziam que queriam me ver como adulta. Aí, Ana me convidou e disse: 'Se você quer voltar a atuar e está voltada ao público adulto, vamos dar uma amadurecida no seu trabalho'", disse.Questionada se os fãs tinham o fetiche de vê-la seminua, Renata acredita que esta seja uma reação natural. "Acho que era uma curiosidade. Muitas de nós sumimos. É natural que os fãs queiram saber como ficamos adultas." Sobre o ensaio, Renata elogiou Morango, e disse que tudo foi uma grande brincadeira. "Ela me deixou muito à vontade. Ela estava de lingerie e eu também... Acabou fluindo muito tranquilo. Foi uma grande brincadeira. Temos um carinho muito grande uma pela outra", disse a atriz, que afirmou não namorar a DJ.
"Nosso relacionamento é de amizade. Eu não a amo como mulher, mas isso não é uma coisa que nunca poderia acontecer. Não fecho portas", explica. "Sou a favor do amor. Não haveria problema algum se de repente eu me apaixonasse por uma mulher. Não é nenhum absurdo. Fico muito mais indignada ao ver o Tiririca se elegendo para a Câmara do que ver duas pessoas do mesmo sexo se beijando." Fonte: Quem



 Todo este material é disponibilizado ao lado de notícias de política, entretenimento e moda, assuntos que crianças e adolescentes podem se interessar. Outros títulos chamam a atenção para vídeos também com conteúdo de livre acesso, tais como: “Piu-Piu e Melancia se refrescam após suarem na academia” (do Reality Show A Fazenda da rede Record). O problema é que não são somente essas editorias do Hárem que se referem ao sexo. Existe jornalismo contaminado com essa vertente. Na editoria de polícia: “Mulher é presa acusada de fazer abortos ilegais em municípios do Maranhão”, moda: “Adriana Lima antecipa surpresa e faz ensaio sensual para o natal”, por exemplo.

Com isso, o entretenimento e a vulgaridade dividem o mesmo espaço com as notícias, e acabam ganhando caráter informativo.
A mente das crianças é afetada ao ser exposta a conteúdos não apropriados a sua faixa etária, causando principalmente ansiedade, como explica a psicóloga Ivoneide Vasconcelos:
“(...) se a criança está exposta a cenas de sexo provavelmente se tornará mais ativa sexualmente de uma forma precoce. É nesta fase que ocorre a diferenciação entre a fantasia e a realidade e mais do que isso, a formação da personalidade. As crianças expostas podem sofrer altos ou baixos níveis de ansiedade que são prejudiciais ao seu desenvolvimento”.
É dever do jornalista ter respeito à pessoa humana e esse site explora o desrespeito, baseando suas atividades na busca de um público maior. Mas mesmo com todas as recomendações na editoria “SEXO”, este é um espaço que não oferece uma forma segura de verificação e bloqueio ao conteúdo, assim dificilmente uma criança ou adolescente irá parar para ler as recomendações e voltar à página inicial.

Ainda em nossa análise identificamos outra editoria, intitulada como Mundo Bizarro, que normalmente, se refere a coisas engraçadas e estranhas, ou seja, difíceis de acontecer, porém as principais manchetes no site “MeioNorte.com: Tudo para estar perto de você” são relacionadas à superexploração do sexo.
Fora o sexo, o site valoriza mais as publicidades que as notícias. Na página de abertura, em primeiro plano, várias propagandas são exibidas de maneiras alternadas num mesmo espaço, além de no meio das informações estarem presentes grandes espaços publicitários, que são maiores que os quadros de notícias.
A Meio Norte é uma rede de comunicação que possui além do site “MeioNorte.com: Tudo para estar perto de você” , a FM MEIO NORTE 99.9 mhz, a TV MEIO NORTE e o jornal impresso Meio Norte.




CONSIDERAÇÕES FINAIS
De maneira explícita e de fácil acesso a todas as editorias, em especial a de “SEXO”, utilizando de ferramentas como chamadas atrativas, fotos picantes e textos descritivos, o site MeioNORTE.com consegue chamar a atenção das pessoas.

O editorial jornalístico do referido site não preza pela “intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão”, como já foi ressaltado. Para preservar a pessoa humana, os produtores do site on-line poderiam dificultar o acesso às editorias com conteúdo de caráter sexual. Medidas como, por exemplo, fazer um cadastro, arquivando dados pessoais, número de documentos e endereço, seria uma opção para que só as pessoas cadastradas e mediante a uma senha pessoal tivessem acesso a estes conteúdos. Há ainda as notícias consideradas comuns, em editorias como entretenimento e moda, que estão recheadas de sexo, que poderiam estar na área privativa para maiores de 18 anos.
O resultado dessa pesquisa revela que muitas vezes, provavelmente, pelo capitalismo os meios de comunicação de massa se submetem a certos tipos de táticas, para gerarem mais acessos. A maneira vulgarizada que o site usa em suas chamadas para apresentar notícias de vários conteúdos é o chamariz para atrair e prender o público, maquiando a informação, e distribuindo-a de forma erotizada por todo o site.
Como a maioria do conteúdo expõe a mulher, e em sua grande maioria, de forma nua, provavelmente o maior público seja o masculino, porém qualquer pessoa, de qualquer idade ou sexo, tem acesso livre ao site. Assim, para evitar o envenenamento da mente das crianças, seria necessário tomar medidas para que o acesso ficasse restrito, principalmente para crianças curiosas, pois o contato das mesmas com este tipo de material pode acarretar distúrbios em sua mente e corpo.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BUCCI, Eugênio. Sobre ética e imprensa. Companhia da Letras. São Paulo, 2000
Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros
Comunicação Portal Social. Acesso infantil ao computador é maior que à internet Disponível em: http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/portal-social/19,0,3070817,Acesso-infantil-ao-computador-e-maior-que-a-internet.html Acesso em: 01 nov. 2010
MORIN, Edgar. Cultura de Massa no Século XX. O Espírito do Tempo: Neurose. 9ª edição. Rio de Janeiro: Forence, 2007.
MUNGLIOLI, Maria Cristina Palma. TELEVISÃO E CRIANÇA: ALGUMAS REFLEXÕES. Disponível em: <http://www.fe.unicamp.br/revista/index.php/etd/article/viewfile/1835/pdf_3> Acesso em: 01 nov. 2010
SENDRA, Cláudia. A sensual mulher high-tech: tecnologia estética e erotismo na comunicação da sociedade digital. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – UnB – 6 a 9 de setembro de 2006
Site meio norte.com. Disponível em: http://www.meionorte.com/. Acesso em: Acesso em: 01 nov. 2010
SOUZA, Solange Jobim. A pesquisa como intervenção nas relações entre crianças e adultos no âmbito da cultura da mídia. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005






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O amor no contexto da cultura de massa: projeções e identificações no filme “Crepúsculo”
Eduarda Fernandes da ROSA
Filipe de Carvalho PRADO
Marta Maria de MACEDO
Maria Alice Campanoli OTRE 
Centro Universitário da Grande Dourados, Dourados, MS

RESUMO: Este artigo discorre sobre como o amor no contexto da cultura de massa influencia o cotidiano e o imaginário das pessoas, e como as mesmas se relacionam mediante a esse tema. Abordamos como objeto de pesquisa o filme “Crepúsculo” e a partir deste ponto extraímos a problemática de relações aparentemente impossíveis, por meio de entrevistas de espectadores do filme, que se projetaram ou identificaram. Teve
como base o livro Cultura de Massa no Século XX. O Espírito do Tempo: Neurose, de Morin, que identifica o amor como comércio, na cultura de massa, através da indústria cinematográfica, que apela para o amor perfeito, e faz com que pessoas desejem estar no papel de seus ídolos.

PALAVRAS-CHAVE: amor; cultura de massa; identificação; projeção; identificação.

INTRODUÇÃO
O amor é um sentimento que leva as pessoas a se relacionarem melhor com quem está ao seu redor e com o mundo. São inúmeras as variações do sentimento amor, que engloba tipos distintos: amor fraterno, amor materno, amor erótico, amor próprio e amor de Deus. Dentre esses tipos de amor apontam-se suas características, interpessoal, sentimental, irracional, neurótico entre outros. 
Nesse trabalho abordamos o amor no contexto da cultura de massa, um amor vendido pela indústria cultural, que faz com que as pessoas busquem ou esperem por uma felicidade que está sempre fora do seu alcance, envolvidos pelo imaginário de um amor perfeito, sem problemas corriqueiros (finanças, brigas, etc.). Como base de pesquisa, utilizamos o filme “Crepúsculo”, que será o objeto analisado.
Este filme conta a história de um amor impossível entre um vampiro e uma mortal, que enfrenta suas diferenças com coragem e bravura, em prol deste amor, sem levar em conta os riscos presentes nesta relação. 
Histórias como, a do filme “Crepúsculo”, mexem com o imaginário das pessoas, que sonham em viver um grande amor. Assim, os objetivos desse artigo são chegar à compreensão de como as pessoas identificam e projetam-se em outras, como inspiração de vida a seguir e entender os mecanismos psíquicos dessa projeção-identificação. 
Como fontes de estudo foram utilizados autores da área filosófica e psicológica, como Morin, Freud entre outros, além de entrevistas, com participantes de fóruns, sobre o filme.É com base nesse filme de amor, que levou mais de 25 milhões de pessoas a assistirem o filme e mais de 17 milhões leram o livro, na faixa etária média, de 11 a 20 anos, que esse artigo tentará explicar como uma história tratando de um amor impossível mexe tanto com o imaginário das pessoas.

REFERENCIAL TEÓRICO
O amor é, segundo o Dicionário Aurélio, um “sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem; sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro, ou a uma coisa”, mas quando está no contexto da cultura de massa, ou seja, entra nas telas dos cinemas ou da televisão tem outras características. Segundo Morin (2007:136) "[...] O cinema apresenta, pois, não tanto uma imagem invertida, quanto um reflexo ideal da vida amorosa." Essa identificação das pessoas com um filme se dá por conta de que, segundo Mario Vargas Llosa:
Condenados a uma existência que nunca está à altura de seus sonhos, os seres humanos tiveram que inventar um subterfúgio para escapar de seu confinamento dentro dos limites do possível: a ficção. Ela lhes permite viver mais e melhor, ser outros sem deixar de ser o que já são, deslocar-se no espaço e no tempo sem sair de seu lugar nem de sua hora e viver as mais ousadas aventuras do corpo, da mente das paixões, sem perder o juízo ou trair o coração.
(LLOSA, apud ABREU, 2002, p. 14).
O ser humano sempre teve essa necessidade, de buscar um refúgio, sair da realidade, e ele encontra isso na ficção, na sua imaginação, lugar onde pode fazer o que não tem coragem de fazer na realidade.

O imaginário começa na imagem-reflexo, que ele dota de um poder fantasma - a mágia do sósia - e se dilata até aos sonhos mais loucos, desdobrando ao infinito as galáxias mentais. Dá uma fisionomia não apenas a nossos desejos, nossas aspirações, nossas necessidades, mas também às nossas angústias e temores. Liberta não apenas nossos sonhos de realização e felicidade, mas também nossos monstros interiores, que violam os tabus e a lei, trazem a destruição, a loucura ou o horror. Não só delineia o possível e o realizável, mas cria mundos impossíveis e fantásticos. Pode ser tímido ou audacioso, seja mal decolando do real, mal ousando transpor as primeiras censuras, seja se atirando à embriaguez dos instintos e do sonho. (MORIN, 2007,p. 80).
É no filme da cultura de massa, que as pessoas se espelham, tiram seus modelos para a vida real. Mas não é real, e é onde podem se frustrar esperando o “príncipe encantado”, enquanto não vê o “sapo” amoroso que está ao seu lado.
Assim se dá o circuito entre o filme e a vida, entre o imaginário e o real: a necessidade de amor experimentada no decorrer da vida encontra no filme seus modelos, seus guias, seus exemplos; estes passam a aparecer na vida e dão forma ao amor moderno. (MORIN, 2007, p. 136 e 137)
O amor moderno se caracteriza por certa liberdade, foge dos preceitos religiosos, em que as pessoas deixam de assumir um compromisso perante Deus e a sociedade, o casamento. E vivem como diz o poeta Vinícius de Moraes "Que não seja imortal,/posto que é chama,/mas que seja infinito/ enquanto dure...” Na psicanálise o amor sentimental explica essas fantasias que, principalmente os casais têm em relação ao amor, que sobrevive por conta da ilusão que os filmes da cultura de massa os passam.
“Amor sentimental”- Sua essência reside no fato de que o amor só é experimentado em fantasia e não nas relações concretas com outra pessoa que é real. A mais difundida forma desse tipo de amor encontra-se na substitutiva satisfação amorosa experimentada pelo consumidor de filmes de cinema, contos amorosos de revistas e canções de amor. Todos os desejos não cumpridos de amor, união e proximidade encontram satisfação no consumo de tais produtos.
Um homem e uma mulher que, em relação a seus esposos, sejam incapazes de  chegar a penetrar a parede da separação, comovem-se até às lágrimas quando participam da feliz ou infeliz história de amor do casal na tela. Para muitos casais, ver tais histórias na tela é a única ocasião em que experimentam amor — não entre si, mas juntos, como espectadores do ‘amor’ alheio. Enquanto o amor é um sonho acordado, podem ter parte nele; logo que voltam à realidade das relações entre duas pessoas reais — enregelam-se. (FROMM, 2009, p. 75 e 76)
É nesse amor que as pessoas se inspiram, um amor imaginário, onde os filmes e a literatura passam os modelos:

A natureza semi-imaginária do amor vivido, permite a irrigação constante do imaginário pelo real, do real pelo imaginário. A tal ponto que foi possível dizer que, sem a literatura, o amor não existiria. Mas, reciprocamente, sem a necessidade de amor, toda uma literatura não existiria. O amor é, portanto, por sua própria natureza, a grande faixa oscilatória entre o imaginário e o real. As osmoses entre o amor imaginário e o amor real são tanto mais múltiplas e interfecundantes quanto o amor da cultura de massa é, de fato, profundamente realista (identificativo). Em outras palavras, o amor da cultura de massa busca seus conteúdos na vida e nas necessidades reais (individualismo privado moderno) e lhes fornece seus modelos. (MORIN, 2007, p. 136)
Depois de explicar sobre o amor e seu refúgio no imaginário, iremos analisar nosso objeto de pesquisa, o filme “Crepúsculo”.

ANÁLISE DO OBJETO
O filme Crepúsculo baseado no livro de Stephenie Meyer, conta a história de Bella Swan, de Phoenix, que ao ir morar com seu pai, em Forks, acaba conhecendo Edward Cullen, e se apaixona por ele. Com o passar do tempo ela descobre que ele é um vampiro, mas vegetariano, ou seja, que só consome sangue de animais, pois na concepção dos vampiros os carnívoros são os que consomem sangue humano. Porém o amor deles é mais forte que qualquer barreira, e decidem ficar juntos.
A família de Edward e de Bella os aceita juntos, mas ao chegar três vampiros rastreadores (quando atraídos por um sangue, não conseguem parar de perseguir a presa até sugá-las) na cidade, um deles chamado James, se interessa pelo sangue de Bella. 
Edward e sua família ao tentarem protegê-la acabam caindo num jogo feito por James, para capturá-la e assim, por alguns instantes suga seu sangue, mas Edward e sua família aparecem e destroem James, e salvam Bella de virar vampiro. 
Então no baile de primavera Bella pede a Edward para virar vampiro, para que possam viver juntos pela eternidade, porém Edward recusa. Sem saber, eles são observados por Victoria ex-parceira de James, que jura vingança.
Essa história de amor levou mais de 25.000.000 de espectadores para frente das telas do cinema, em sua maioria mulheres, numa faixa etária média de 11 a 20 anos. Em entrevistas em um fórum na internet, no site
http://www.twilightbr.com/forums/index.php?showtopic=3762&hl=Sangue, algumas opiniões sobre as perguntas: por que as pessoas gostam tanto do filme? Se veem no personagem? Querem ter um romance igual ao do Filme?




Roniery, de 16 anos, imagina:
[...] que seja o sonho de todo mundo viver um amor tão intenso e verdadeiro como o que é apresentado nos livros de Stephanie Meyer. O amor inviolável e eterno dos vampiros e o sentimento mítico do imprinting são tão surreais, mas ao mesmo tempo tão bonitos, que chego a invejar a forma como as coisas acontecem com eles.
Bruna, de 15 anos, acha:
[...] que a história prende muito as pessoas pelo fato do amor "impossível", os conflitos interiores da Bella quando ela tem que escolher entre o melhor amigo e o cara que ela ama.. as dificuldades pra ter esse amor pra sempre, enfim acho que o livro é uma mistura perfeita e todos se prendem muito a leitura por quererem um amor eterno e verdadeiro como o da Bella e do Edward.
Para Jasper:
A história de amor em Crepúsculo, é tão bonita, que te puxa para a historia toda,  tão fascinante que vc acaba se envolvendo com o filme,e o livro. Ao ver crepúsculo vc sente inveja desse amor incondicional entre eles: Bella e Edward. Por que, afinal quem não quer amar ou ser amado que nem eles se amam?
As pessoas usam os mecanismos de defesa, identificação e projeção, explicados na psicanálise, por Freud. Quando se pergunta a um público específico, num fórum de Crepúsculo, a maioria das pessoas que respondem se identificam muito com o filme. 
Identificação – É o método pelo qual as pessoas assumem os papéis de outra, incorporando-as a sua personalidade; ele aprende a reduzir as tensões fazendo o seu comportamento igual ao da outra pessoa. Freud preferiu o termo identificação ao termo imitação porque ele percebeu que a imitação indica uma espécie de cópia superficial, passageira do comportamento. (CASTRO, 2009, p.7)
A maioria das pessoas que leu o livro ou viu o filme tem uma opinião sobre o assunto, e elas são das mais diversas. No site Yahoo Respostas, <http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20090401073416AASlj7s> e <http:// br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20090919191600AAyR83Q>, internautas fizeram perguntas do tipo: Vocês já assistiram Crepúsculo? O que acharam? Crepúsculo é o melhor filme do mundo? Mais algumas respostas:

Ótimo filme. Diferente de muitos outros lançamentos e concorrentes ao Oscar. Romance com um toque de drama resumem Crepúsculo. Sinceramente achei que, por tratar-se de vampiros veria sangue, mortes, coisa e tal, mas nada disso ocorre realmente. O filme consegue desviar-se destes empecilhos tão toscos que tanto estamos acostumados a ver... Pois é, o filme mostra uma mensagem tão explícita: o amor está acima de todas as coisas, e é eterno, assim como a vida de um vampiro. Logo, Bella se apaixona por aquele que era "diferente": não come, não dorme, não sai à luz do dia, enfim, mantendo um laço muito forte com o vampiro Edward. As maquiagens ficaram muito boas, sem exageros, e as cenas da extrema rapidez e força do vampiro se saíram bem. O filme também não deixa um "vazio", tudo é explicado: o porquê de Edward ser vampiro e de sentir algo por Bella, mesmo apresentando uma raça muito difícil de ser compreendida e de se expressar, principalmente entre os humanos. Ainda não li o livro, mas após ver o filme tive curiosidade, pois o livro é realmente insubstituível, por mais efeitos especiais e produção hollywoodiana que aconteçam, não é capaz de substituir uma única página, pois o número de detalhes é muito maior, e a trama segue com mais "suspense". Boa atuação de  Edward (Robert Pattinson) e Bella (Kristen Stewart). Vale a pena, recomendo.
Enfim, sem mais comentários. Nota: 9,0. (Vinci Fiorani)
Já outros não compartilham da mesma opinião, como Bill Pasold, que acha “Um horror e filme. Fez os verdadeiros vampiros passarem vergonha.”, Eduardo S. :“Foi um dos filmes mais chatos que eu já assisti.”, para Vitor: “O melhor filme não, existem melhores, mais e um bom filme.” As opiniões são das mais variadas:
Nem o livro nem o filme são bons. E sim, eu comprei e LI TODOS os livros da saga, não falo só por seguir a modinha dos "anti-Crepúsculo". Acredito que nenhum dos próximos filmes também serão bons. Com certeza serão recordes de bilheteria, mas não serão indicados a prêmios "sérios". Apenas aquelas premiações juvenis como "Teen Choice Awards" que premiam a Miley Cyrus como melhor cantora de seiláoque. (Não, eu não gosto dela, ou
melhor, eu a detesto e não tenho vergonha de dizer). (Mariih) Quer saber por que amamos Crepúsculo? Eu te explico!
Nós amamos aquilo que não existe! Amor! Edward! Homem nenhum no mundo é como ele!!
E tudo bem, o filme não tem muito disso mesmo, mas o livro!!! AMEII!! É a melhor coisa que existe no mundo!!!
“E falem mal só se vocês leram os livros! Ficam falando mal de algo que vocês nem conhecem... NÃO PASSAR DA PRIMEIRA PÁGINA NÃO É NADA NÉ?! quando eu comecei a ler eu nem sabia se era bom, e nas primeiras 5 páginas eu não entendi nada, mas continuei...
Por isso que o mundo não vai pra frente, porque todo mundo acha que isso é besteira. Se todos os meninos lessem Crepúsculo o mundo seria diferente. Queremos um Edward! Isso é lamentável, estou apaixonada por alguém que não existe, mas é como se eu conhecesse ele melhor que eu mesma! Ele é maravilhoso, não porque é vampiro, lindo, rico, gostoso (haha, isso ajuda, mas blz, não precisa), é porque ele é fofo, romântico, e se importa com a Bella de verdade, ele quer que ela seja feliz, e não somente interesses masculinos (se é que você me entende..). Ninguém no mundo é assim.... lamentável. (Nala Cullen)

Já quando se entra num site mais aberto, as repostas são variadas tanto de pessoas que se identificam como se projetam com o filme, mas a projeção é bem maior.
Projeção – Implica o ato psicológico de exteriorizar, tirar de dentro aquelas coisas que a pessoa não aceita em si próprio; a pessoa se defende dos maus impulsos, atribuindo a outros os mesmo; preso no conflito “desejo não posso”, a pessoa ajusta-se convencendo-se que não é ela, são os outros. Sempre que caracterizamos algo fora de nós como mau, perigoso, pervertido, sujo, sem reconhecermos que estas características podem também ser verdadeiras para nós, é provável que estejamos projetando. (CASTRO, 2009, p.3)
Em algumas das opiniões dos internautas, podem-se observar os fenômenos de identificação e projeção. Alguns o acharam “maravilhoso”, “perfeito”, ou seja, essas pessoas se identificaram, pode-se deduzir que elas se imaginaram no filme vivendo aquele amor, sem temer qualquer risco. A autora do livro, já coloca implicitamente na capa do mesmo, uma referência ao proibido, que é a maça, mas que faz também referencia ao amor dos dois, um amor proibido, que a cultura de massa diz que é melhor.
A maçã na capa de Twilight representa "o fruto proibido". Usei a escritura de Gênesis [...], porque eu amava a frase "o fruto do conhecimento do bem e do mal." Não é isto exatamente o que Bella acaba? Um conhecimento que trabalha o que é bom e o que é mal. A coisa agradável sobre a maça é que tem muitos significados simbólicos. Você tem a maçã em Branca de Neve, uma mordida e você está congelado para sempre em um estado de não-muito-morte ... Então
você tem de Paris e a maçã de ouro da mitologia grega, veja quantos problemas que começou. As maçãs são frutas bem versáteis. Em No final, eu amo a bela simplicidade da imagem. Para mim, ela diz: escolha. (Site oficial Stephenie Meyer, tradução feita pelo grupo)
Outros se projetaram, podem não ter gostado do filme por falar de uma história de amor impossível que deu certo, se decepcionam, pelo fato de na vida real não ter acontecido um final feliz para elas entre outros motivos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O amor no contexto cultura de massa tem sido há muito tempo um subterfúgio para aqueles que buscam ou esperam um amor impermeável a qualquer problema do cotidiano, um amor que se dá em média, em duas horas de filme, algumas páginas, ou em uma sequência de capítulos. As histórias quase sempre são baseadas no real, mas  pelo curto espaço de tempo a problemática das relações são pouco avaliadas, e leva o
espectador a desejar esse amor que é predominante na indústria cultural.
Quem nunca ouviu falar “só dá valor quando se perde um grande amor”, essa frase relata o que acontece com muitas pessoas que se prendem em seu imaginário devido à espera do amor cinematográfico, e segundo Morin "[...] é o amor imaginário do cinema, o grande regulador das múltiplas temáticas amorosas." (2007: 137), mas na realidade quando seu parceiro o decepciona e há um rompimento a princípio os envolvidos traçam planos para um novo amor, no entanto na grande maioria dos casos as pessoas percebem o quanto se amavam, e fazem de suas próprias histórias um flashback, igualando assim o amor real com o imaginário, porque nesses momentos de lembranças se esquecem dos contratempos que houveram. Desta forma entra a questão do valor de um amor que se foi.
O resultado desta pesquisa revela o quanto o sentimento amor é complexo, por envolver mais de um indivíduo e suas próprias frustrações, arrebatando milhões de pessoas a se identificar/projetar nas condições de um amor impossível, como é o caso de Edward e Bella, do filme “Crepúsculo”. Em que suas emoções se estabelecem como as dos personagens, cujo problema era a condição de sua existência, sem problemas
financeiros, um casal de aparência invejável e de coragem o bastante para lutar por seu amor.
Uma grande parte do público desse tipo de filme é do sexo feminino, que se espelham e se identificam no papel da mocinha, que na maioria das vezes são compostas pela condição de vítima, na espera que o seu amor a resgate das situações de perigo. Mas como toda obra desse gênero há quem se coloca na posição de projeção com empatia por não ter vivido um amor, ou por não acreditar que ele seja possível. Isso faz com que indivíduos se caracterizem de forma dura, quando o assunto é amor, assim "[...] Projeção e identificação modificaram a relação social [...]" (MORIN, 2007, p.84)


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASTRO, Iracildo Pereira, Mecanismos de Defesa do Ego. Universidade do Estado do Pará,
2009. Disponivel em: <http://www.iracildo.com.br/artigos/mecanismo_de_defesa.swf> Acesso
em: 02 nov. 2009

FROMM, Erick. A ARTE DE AMAR. Disponível em: <http://groupsbeta.google.com/group/digitalsource>. Acesso em: 01 nov. 2009
LLOSA, Mario Vargas, apud ABREU, Antônio Suárez. A arte de argumentar: Gerenciando Razão e emoção, Ateliê Editorial, 2002, p. 14.
MORIN, Edgar. Cultura de Massa no Século XX. O Espírito do Tempo: Neurose. 9ª edição. Rio
de Janeiro: Forence, 2007.
Site oficial Stephenie Meyer. Disponível em: <http://www.stepheniemeyer.com/twilight_faq.html#apple> Acesso em: 04 nov.2009








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Diário do Campo - seu funcionalismo como produtor de conhecimentos para o público rural
Eduarda Fernandes da Rosa
Marcela Alves da Silva

RESUMO
O presente artigo busca analisar como o produto “Diário do Campo” é produzido e quais ferramentas utiliza para ser compreendido por seus leitores. O encarte é destinado para o produtor rural e a análise visa avaliar a adequação da linguagem para alcançar o público alvo. O caderno é parte integrante do jornal Diário MS e circula todas as quintas-feiras com uma tiragem de 6.500 exemplares.  A distribuição do veículo é feita em uma região que compreende grande público rural e o artigo considera a pedagogia utilizada para que as informações por ele repassadas possam produzir conhecimento e atingir os resultados esperados.

PALAVRAS-CHAVE: Comunicação. Rural. Diário do Campo.

INTRODUÇÃO
O Brasil tem 8.511.965 km² e é o 5º maior país do mundo, só fica atrás de Rússia, Canadá, China e Estados Unidos da América. Com isso alguns de seus 26 estados são maiores que alguns países. Assim as diferenças de costumes, sotaques e culturas mudam de uma região para outra, isso torna o país um grande território, mas com muitas características diferentes, de acordo com a localização.
Isso também interfere na comunicação da sociedade, pois existem termos diferentes que designam o mesmo produto. Por exemplo, “mandioca” pode ser chamada também de “macaxeira” ou “aipim”, dependendo da região que estiver. Então existem regiões que vão se interessar pelo comércio marítimo e outra pela cotação do gado. Esse é o foco deste artigo que analisa um caderno especial semanal que traz apenas assuntos relacionados ao homem do campo.
Com a globalização e a inserção das novas tecnologias as informações de outras partes do mundo chegam rápido ao conhecimento de todos, porém as pessoas querem saber mais dos problemas que as cercam diretamente como, por exemplo, o buraco da sua rua ou se vai chover na sua cidade.
O que artigo investiga é se o Caderno Especial Semanal “Diário do Campo” é dirigido ao público de grandes ou pequenos produtores agrícolas e analisa a linguagem de seus textos. Por meio de uma entrevista, concedida pelo editor do mesmo, podemos conhecer várias curiosidades a respeito do referido caderno.

EMBASAMENTO TEÓRICO
O texto para cada público é direcionado de uma forma, conforme seus interesses, cultura e nível intelectual. No meio jornalístico impresso, na estrutura da notícia, usa-se a pirâmide invertida, que coloca os principais fatos dos acontecimentos já no primeiro parágrafo, ou seja usa-se o  lead.
O lead é o primeiro parágrafo da notícia e nele o leitor deverá encontrar resposta a seis questões fundamentais: O Quê, Quem, Quando, Onde, Porquê e Como; sendo que as duas últimas questões – Porquê e Como – podem as mais das vezes omitir-se do lead, guardando-se para o parágrafo subsequente. (Gradim, 2000)
Essa estrutura foi criada para passar o mais importante da informação, rapidamente para o leitor. E um dos fatores importantes é a objetividade, falar o real e deixar a subjetividade de lado.
Os termos “objetividade” e “subjetividade” podem ter sentidos variados. “Objetivo” pode tanto significar representar as coisas como elas realmente são, quanto caracterizar a visão sobre a qual haveria concordância a partir de discussão racional. “Subjetivo” significa o que já dentro do homem, como fruto de sua emoção e imaginação, por oposição a algo externo que se refletiria no intelecto, visto como espelho do mundo externo. Nesse sentido, o elemento “subjetivo” seria uma questão de gosto e, portanto, não sujeito a debate. “Subjetivo” significa também, por oposição a ajuizável, a consideração tida como irrelevante para uma teoria, após julgamento racional (Grillo, p.76, 2004 Apud Rorty, 1994).
Porém a objetividade e imparcialidade são debatidas no meio jornalístico por não terem conceitos absolutos e reais. Todo aquele que escreve coloca em seu texto suas ideologias e quem lê podem ter interpretações diferentes por conta de seu contexto social, histórico de vida e etc.
Para que a objetividade dos gêneros informativos seja alcançada, a linguagem tem de ser concebida como um instrumento neutro de acesso ao real, ou seja, a linguagem teria uma função primordialmente referencial e informativa. Entretanto, essa função é apenas uma abstração a partir do ato da fala total, sendo que as palavras ganham sentidos a partir dos processos interativos do qual participam (Bakhtin, 1992). Nesses processos, as palavras se tornam signos ideológicos, pois se revestem de índices de valores atribuídos por sujeitos socialmente organizados. Com isso, as palavras tem uma história responsável pelos valores sociais. Portanto, numa concepção dialógica é um contra-senso falar em uma linguagem neutra, cujo sentido possa ser aferido exclusivamente pelo valor de verdade das proposições. (Grillo, p.83, 2004)
Com isso não se pode esquecer a principal função do jornalista que é a de levar a informação à sociedade, para que ela possa se educar e fazer as escolhas certas nos momentos oportunos.
O discurso da imprensa está ligado a uma função social mais ampla que é o discurso midiático de informação e se difere dos outros discursos midiáticos, rádio e televisão, pelas características de seu suporte material. Enquanto os diversos gêneros da imprensa podem variar quanto às finalidades, à identidade dos parceiros, aos aspectos enunciativos, à parcela do real tratado etc., o dispositivo material é um aspecto que atinge a imprensa como um todo. (...). (Grillo, p.50, 2004)
O jornalista pode expressar os seus pontos de vista em espaços próprios para opinião, como artigos, colunas e editoriais. A postura antiética é misturar opinião com notícia, pois dessa maneira poderá estar influenciando o leitor com suas ideologias, ao invés de passar apenas a informação.
Passagem do Manual do O Estado de São Paulo - Nunca se esqueça de que o jornalista funciona como intermediário entre o fato ou fonte de informação e o leitor. Você não deve limitar-se a transpor para o papel as declarações do entrevistado, por exemplo: faça-o de modo que qualquer leitor possa apreender o significado das declarações. Se a fonte fala em demanda, você pode usar procura, sem nenhum prejuízo, agilizar por dinamizar, conscientização por convencimento, se for o caso, e assim por diante. (Grillo, p.85, 2004)
As especializações jornalísticas foram criadas com função social, educacional e linguagem adaptada conforme o público. De modo geral, elas contêm temas variados destinados a públicos específicos. Esse artigo irá analisar o Caderno Especial Diário do Campo, que é especializado em agronegócio.
O foco do jornalismo especializado é tratar a informação de maneira que se torne compreensível pelo público alvo. Quando uma mensagem é passada sem o conhecimento do público e da linguagem que ele utiliza, esta pode ficar incompreendida, causando a chamada in-comunicação, por Juan E. Díaz Bordenave.
Segundo Bordenave, os fatores que causam a in-comunicação são o isolamento geográfico, o analfabetismo e falta de instrução, além da diferença de status entre patrões e trabalhadores. Por isso, ao comunicar para o homem do campo, todos esses fatores devem ser considerados com o intuito de conseguir transmitir a mensagem e que ela seja assimilada pelo leitor. Quando bem compreendida, a mensagem pode transformar o meio.
A informação agrícola intervém ativamente no processo de difusão de inovações motivando, informando, persuadindo, instruindo, interpretando resultados da adoção, divulgando exemplos bem-sucedidos, realimentando os pesquisadores sobre os efeitos das inovações para leva-los em conta nas próximas pesquisas, etc. (BORDENAVE, p. 33).

ANÁLISE DO OBJETO
O objeto estudado é o caderno especial “Diário do Campo”, parte integrante do Jornal Diário MS. O encarte possui oito páginas, três colunas, sendo “Dicas Caseiras”, “Causos e Contos” e “Medicina Popular”, tem periodicidade semanal (toda quinta-feira), e tiragens de 6.500 exemplares. Além da distribuição em todo o Mato Grosso do Sul ele é enviado para os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso e Brasília.
O caderno foi criado em 1997, pelo advogado Luís Gomes. Na época era chamado de “Diarinho do Povo Rural”. Nos dois anos seguintes ficou sob a responsabilidade do editor chefe do jornal, Marcos Santos, mas o conteúdo já era produzido por Cláudio Xavier. Dois anos mais tarde, Cláudio assumiu tanto a produção quanto a edição do encarte.
A criação do caderno rural foi impulsionada para ser uma nova janela de faturamento e atender aos pequenos agricultores da região. Por serem uma área essencialmente agrícola, muitas empresas do setor buscavam anunciar seus produtos, mas não tinham um veículo que chegasse diretamente às mãos dos produtores. Outro motivo para a concepção do encarte foi um pedido de produtores para que este se tornasse um arquivo de acontecimentos e calendários relacionados ao meio rural.
Segundo Xavier, o objetivo do caderno é ser um manual técnico, instruindo aos produtores como tratar e prevenir doenças, solucionar problemas, divulgar inovações, dar dicas de como melhorar o dia-a-dia de quem lida com o agronegócio. Este foi o caminho escolhido pela editoria para diferenciar o material dos três outros concorrentes que atuam no Estado.
No campo, a educação para produtores pode também ser chamada de “transferência de tecnologia, (...), significaria comunicação de conhecimentos. Mais adequado seria ‘ensino-aprendizagem de tecnologia’, que combinaria a ação tradutora-instrutora do técnico com a ação assimiladora do agricultor”. (BORDENAVE. p. 48).
Em entrevista, Cláudio Xavier se intitula um jornalista prático. Não possui formação acadêmica e boa parte de sua vida foi dedicada ao campo, exercendo funções de capataz, gerente e tendo na rotina o trato com animais e plantas. A experiência lhe rendeu contatos com laboratórios e participações em simpósios, congressos e seminários. Essa capacitação foi um dos requisitos para torná-lo editor do “Diário do Campo”, por possuir conhecimento tanto dos temas como da forma de comunicar para esse público.
A produção das reportagens leva em consideração o momento específico dos acontecimentos rurais relevantes ao campo. A análise deste artigo selecionou o recorte de tempo do mês de julho de 2010. Por ser época de frio, várias reportagens tem o foco voltado para maneiras de evitar danos a animais e plantas.
É importante para a comunicação rural levar em conta o estágio tecnológico em que se encontram os agricultores e uma determinada região, como subsídio para a formulação de qualquer programa educativo ou de mudança. Com efeito, a mudança tecnológica não deve ser promovida como se fosse simples objeto de decisão tecnocrática ou comercial. Ela deve ter um crescimento orgânico, funcional, adequado ao desenvolvimento educativo e social da população rural, às oportunidades de emprego, ao progresso da industrialização. (BORDENAVE, p. 56).
Por ser um catálogo técnico, o “Diário do Campo” acaba sendo um material que não perde a validade. As informações dão conta do por que da situação, do combate e cuidados, sem se prender às datas específicas. As fontes usadas são veterinários, técnicos agrícolas, agrônomos e pessoas habilitadas que recomendam pautas de interesse coletivo. Por conta da relação de confiança estabelecida, as colunas “Dicas Caseiras”, “Causos e Contos” e “Medicina Popular” são produzidas com base em material enviado pelos leitores.
Para ter melhor compreensão por parte do homem do campo, a linguagem utilizada se encontra fora dos padrões do jornalismo. Os textos são esplanadas com termos populares que visam atingir desde o público semianalfabeto até o culto. O layout escolhido foi um formato parecido com o de revistas especializadas, que facilitam a compreensão aliando os textos com imagens e gráficos.
Devido ao reconhecimento do caderno perante a comunidade local, desde 1999, durante o período da Exposição Agropecuária de Dourados – Expoagro - o encarte é produzido em um escritório montado dentro do parque de exposições, levando ao leitor que se encontra participante ou não da feira, informações sobre a programação do evento e as novidades apresentadas ao setor agropecuário e industrial. A iniciativa despertou a concorrência de outros jornais do estado, fazendo com que o número de informações direcionadas ao homem do campo crescesse.
No período analisado (julho de 2010), era veiculada na página 07 do encarte a seção ‘Espaço Tecnologia: Informações do Campo’, disponibilizadas por Antônio Carlos de Campos Faria, com informações referentes às novidades tecnológicas direcionadas ao campo. Hoje a seção foi incorporada pelo jornal diário, mas evidenciando outros focos. Nos dias atuais a novidade do encarte é a coluna ‘Medicina Popular’.
O editor do “Diário do Campo” busca trazer a objetividade das reportagens sintetizadas no título. Segundo ele, a informação principal deve ser usada como isca para despertar a atenção do leitor. Para GrilloO título deve, em poucas palavras, anunciar a informação principal do texto ou descrever com precisão um fato [...]”.
Para compor este artigo científico, foram analisadas quatro edições do caderno especial “Diário do Campo”, veiculados no mês de julho de 2010. Abaixo, os títulos que formam o material analisado.

Caderno Especial Diário do Campo – 01 de julho de 2010
Matéria destaque na capa:
19ª Expoac – O Sindicato Rural de Caarapó prepara a 19ª Expoac, prevista para o período de 11 a 15 de agosto, juntamente com a 6ª Festa do Milho e a 7ª Festa do Leite, com apoio da prefeitura e da Câmara Municipal
Página 2
Dicas Caseiras - Empadão de frango
NOVA LEI NO CAMPO – Estado tem nova legislação sanitária animal a partir de hoje, com clareza aos deveres dos produtores
Página 3
MILHO TRANSGÊNICO – Mapa fiscaliza lavouras no estado, verificando se as regras para o plantio estão respeitando as regras
Página 4 e 5 - Reportagem principal/capa
EXPOAC ACELERA PREPARATIVOS – Evento é coordenado pelo sindicato rural de Caarapó, previsto para o período de 11 a 15 de agosto, com o apoio da prefeitura e da câmara municipal; a programação oficial já está elaborada.
Página 6
Causos e contos – Piada
ÁGUA E ALIMENTO – Técnicos discutem como alimentar o mundo e ao mesmo tempo cumprir com a legislação ambiental
Página 7
Espaço tecnologia – Informações do campo. TRATAMENTO A GALOPE – Fonte: Revista Dinheiro Rural
Página 8
NACIONAL BRANGUS/2010 – A 46ª Expoagro de Dourados, de 18 a 22 de maio, recebeu 140 animais da raça, oriundos de grandes criatórios do país; valeu o ranking nacional.

Caderno Especial Diário do Campo – 08 de julho de 2010
Matéria destaque na capa:
O ORGÂNICO – O orgânico é um alimento produzido a partir de um sistema de produção, que não se reduz a uma única cultura, mas leva em conta o conjunto das explorações da unidade produtiva, as interações entre si e com o ambiente.
Página 2
Dicas Caseiras – BIFE À MILANESA RECHEADO
FAZENDINHA PREMIA – Projeto do Sindicato Rural de Dourados entrega premiação aos alunos que participaram do 10º concurso de redação da Expoagro 2010
Página 3
PNEUMONIA BOVINA – Principalmente no período de inverno, pecuaristas devem evitar aglomerações de animais; ainda, isolar animal acometido
Página 4 e 5 - Reportagem principal/capa
ORGÂNICO MELHOR À VIDA – Na produção orgânica se privilegia a conservação ambiental como um dos componentes da produção e, também, não se reduz a uma única cultura
Página 6
Causos e contos – piada
NUTRIÇÃO: O SEGREDO – Técnicos oferecem curso para formação de jurados de carcaças bovinas, discutindo soluções na linha tênue do peso ideal
Página 7
Espaço tecnologia – informações do campo. CAFÉS DESCAFEINADO – FONTE: http:// www.infoabril.com.br
Página 8
MANGALARGA MARCHADOR – raça brasileira realiza a 29ª exposição nacional, organizada pela Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM)

Caderno Especial Diário do Campo – 15 de julho de 2010
Matéria destaque na capa:
DOMA EQUINA – Para domar um cavalo se utiliza duas formas: persuasão (ensinar) e coerção (repreender). Na maioria dos casos, a doma era feita somente por coerção, ou seja, se limitava à dor física; hoje, as técnicas são avançadas e há entendimento entre o conjunto
Página 2
Dicas Caseiras – LAGARTO COLORIDO
FRIO NOS AVIÁRIOS – Queda na produção, perda de peso e outros efeitos do frio podem ser evitados com medidas de proteção
Página 3
SECA AFETA O MUNDO – Clima interfere na produção; trigo é o produto que mais sofre na Ásia, Europa e Oceania; o arroz também sofre queda na Tailândia
Página 4 e 5 - Reportagem principal/capa
DOMA É UMA ‘CIÊNCIA’ – Desde que o homem passou a utilizar o cavalo, busca uma doma eficiente, superando falhas que o animal possua e o aprimoramento de suas qualidades
Página 6
Causos e contos – piada
UM BOI COM ALTIVEZ – Criador André Lange, proprietário da fazenda lagoa vermelha, ganha renome nacional com a raça Guzerá
Página 7
Espaço tecnologia – informações do campo. SISTEMA DE MONITORAMENTO PARA IRRIGAÇÃO PROMETE GANHOS DE ATÉ 190% NA LAVOURA
Página 8 – PUBLICIDADE

Caderno Especial Diário do Campo – 22 de julho de 2010
Matéria destaque na capa:
A MÁQUINA – A nova S10 cabine simples 2011, completíssima, flexpower está à disposição na Perkal com preço imperdível, por somente R$ 49.990. Tanto para o trabalho a campo, como para o jovem na cidade, o modelo se adapta às exigências do usuário
Página 2
Dicas Caseiras – CARNE MARINADA COM BOLINHOS DE BATATA
PUPUNHA A BOVINOS – Pesquisa mostra que subproduto da indústria do palmito é rico em proteína para alimentação do gado
Página 3
MORTE NO FRIO – Veterinário Vili Schulz, colaborador do diário do campo, explica sobre a morte de bovinos no estado e oferece dicas
Página 4 e 5 - Reportagem principal/capa
A ‘MÁQUINA’ PARA CAMPO E CIDADE – Picape S10 cabine simples está na Perkal, com a linha 2010/2011. Um modelo que satisfaz exigências de todas as idades
Página 6
Causos e contos – piada
AGROECOLOGIA DE MS – A UFMS do Pantanal prepara a realização do 3º Seminário de Agroecologia do Estado, em Corumbá
Página 7
Espaço tecnologia – informações do campo. JOGO SIMULA O CONTROLE DE UMA FAZENDA – FONTE: www.revistarural.com.br
Página 8 – PUBLICIDADE

Segue duas reportagens que exemplificam com o caderno é escrito:

Caderno Especial Diário do Campo – 22 de julho de 2010
Página 3
MORTE NO FRIO
VETERINÁRIO VILI SHCULZ, COLABORADOR DO DIÁRIO DO CAMPO, EXPLICA SOBRE A MORTE DE BOVINOS NO ESTADO E OFERECE DICAS
O médico-veterinário Vili Schulz, procurado pelo Diário do Campo, traz informações sobre a grande mortalidade de bovinos no Estado, principalmente, na região Sul, decorrente da possível e divulgada ‘queda de temperatura’. “Em nosso Estado nos deparamos com uma surpreendente mortalidade em bovinos, tendo o frio como principal causador. Porém, esta tragédia ocorre por diversos motivos a considerar”, assegura.
Vili observa que, além da brusca queda de temperatura (aproximadamente 22ºC em 24 horas), deve-se considerar a baixa imunidade dos animais; a aglomeração de animais, principalmente confinados; ainda, a superlotação de pastagens; a falta de alimento (capim), decorrente de ausência de chuvas; e, também, a presença de endoparasitas.
Estes principais fatores predisponentes faz com que uma bactéria oportunista do gênero Pasteurella se multiplique, rapidamente, nos animais, afirma ele, principalmente nos mais fracos e novos, acometendo o sistema respiratório dos animais.
Segundo o veterinário, a Pasteurella spp, agente acusador da Pasteurelose, é o mais importante agente causador das pneumonias em todo o mundo, sendo que em algumas regiões no Brasil tem sido descrita com frequência e em outras não, onde parece não ter muita importância. “É um agente oportunista, pois é um habitante das vias aéreas superiores dos animais e quando estes apresentam queda de imunidade ele se desenvolve e determina a doença”, explica Vili.
Uma das principais causas desta queda de resistência é a infecção por vírus, tristeza parasitária e superpopulação (estresse). A Pasteurelose é causada por duas espécies de bactérias ou seja: a Pasteurell haemolytica, responsável pela pneumonia aguda e subaguda em bezerros estressados, principalmente aqueles confinados para corte ou aqueles que são submetidos a grandes estresses de manejo, como na desmama, vacinações, descorna, castração, entre outros. Já a Pasteurella multocida, muito frequente em bezerros leiteiros confinados, podendo ser a causa secundária, por vezes primária de pneumonia em bezerros de corte confinados.
“A bactéria vencendo a primeira etapa de defesa no sistema respiratório (macrófagos), vai enfrentar a segunda linha de defesa dos animais que são os Neutrófilos”, comenta Vili. A velocidade de multiplicação das bactérias é bem superior à produção de Neutrófilos, desencadeando desta forma a “Pasteurelose”. A temperatura ambiente baixa faz com que os animais mais susceptíveis entrem em o que chamamos de “choque hipotérmico”, causando mortalidade imediata.
O veterinário, ainda, oferece algumas dicas preventivas. “Não podemos controlar a inversão térmica, mas algumas medidas preventivas podemos adotar”, adianta, indicando vacinar os animais na entrada do inverno, suplementar o rebanho e o manejo correto no que se refere à lotação de pastagens.

Caderno Especial Diário do Campo – 15 de julho de 2010
Página 2
FRIO NOS AVIÁRIOS
QUEDA NA PRODUÇÃO, PERDA DE PESO E OUTROS EFEITOS DO FRIO PODEM SER EVITADOS COM MEDIDAS DE PROTEÇÃO
Com o objetivo de minimizar os prejuízos nessa época, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) unidade Suínos e Aves, localizada em Concórdia/SC, apontam cuidados que devem ser tomados.
Um dos pontos mais importantes do manejo inicial dos pintos, e que tem sido muitas vezes negligenciado, é o aquecimento do ambiente. “A ave tem habilidade para manter constante a temperatura dos órgãos internos. Entretanto, o mecanismo só é eficaz quando a temperatura ambiente está dentro de certos limites, pois as aves não se ajustam bem aos extremos”, explica o pesquisador da Embrapa, Paulo Giovanni. Segundo ele, no período do frio, a maior preocupação do produtor deve ser a de proporcionar condições ambientais de calor exigidas pelas aves jovens. Normalmente, nesse período, os valores de temperatura ambiente encontram-se abaixo das condições ideais, principalmente na região Sul do Brasil, em que o frio mais intenso obriga o avicultor a fornecer aquecimento suplementar para as aves.
Também é indiscutível o fato de que baixas temperaturas aumentam o consumo de alimento. Portanto, a ave necessita de alimento adicional para produção de calor e, além disso, manter a taxa de crescimento. O frio provoca menor ganho de peso e falta de uniformidade dos lotes.
De acordo com Paulo Giovanni, o aquecimento no aviário deve ser iniciado pelo menos três horas antes da chegada dos pintos. No inverno deve ser mantido aquecimento até 21º dia das aves. O sistema de aquecimento deve permanecer ligado e em condições de uso para situações de emergência. O produtor deve observar o comportamento das aves, pois é um indicio da adequação do aquecimento. “O afastamento do equipamento indica excesso de calor emitido. A aglomeração das aves em determinado local indica a necessidade de maior aquecimento”, explica a pesquisadora da Embrapa, Valéria Abreu.
Outra orientação dos pesquisadores está relacionada à ventilação. “É preciso atenção especial para a ventilação necessária no período frio que, nesse caso, tem um objetivo definido: higiene”, ressalta Valéria. Essa condição vai se refletir na localização, área e forma de abertura dos dispositivos de entrada e saída de ar, de maneira que o ar seja deslocado que pela parte superior do aviário. A renovação do ar evita qualquer aumento potencial de dióxido e monóxido de carbono e amônia. “A quantidade de ar para ser renovada por razão higiênica é pequena, sendo necessária apenas superfícies reduzidas de entrada e saída de ar. O importante é que o fluxo não incida diretamente sobre as aves”, completa.


CONCLUSÃO
Ao analisar o caderno especial Diário do Campo podemos observar que este possui caráter educativo, voltado para introduzir novas tecnologias e conhecimentos para o homem do campo, produzindo desenvolvimento entre seus leitores. O formato escolhido facilita a compreensão por dar espaço tanto para textos quanto para imagens e gráficos.
Para chegar ao seu objetivo de disseminar informações técnicas para seu público alvo, é utilizada na produção dos textos uma linguagem abrangente que pode ser compreendida por grandes e pequenos agricultores, fazendo com que os conhecimentos através deste adquiridos possam ser efetivamente aplicados nas propriedades rurais.
A grande abrangência do veículo possibilita que o encarte chegue até as pequenas propriedades e que soluções para problemas corriqueiros como pragas em animais ou plantas possam ser passadas para o agricultor, assim como em grandes propriedades, uma informação sobre o lançamento de um novo maquinário pode ser fundamental para o seu funcionamento.
Apesar da boa aceitação do caderno, é preciso considerar que ainda é grande o número de pessoas com pouca ou nenhuma instrução no campo e por conta disso, a melhor forma de chegar a estes produtores seria outro tipo de veículo de comunição, que não dependesse de leitura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bordenave, Juan E. Díaz. O QUE É COMUNICAÇÃO RURAL
Caderno Especial Diário do Campo dos dias 01, 08, 15 e 22 de jul. de 2010.
Entrevista com o Editor Claudio Xavier, editor do Caderno Especial Diário do Campo, concedida em 02 de jul. de 2011.
Gradim, Anabela.  Manual de Jornalismo, Universidade da Beira Interior, Maio de 2000. Disponivel em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/gradim-anabela-manual-jornalismo-2.html#b512. Acesso em: 05 de jul. de 2011
Grillo, Sheila Vieira Camargo. A produção do real em gêneros do jornal impresso. Associação Editorial Humanitas, FAPESP, 2004.



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