Eduarda Rosa
“(...) temos muito medo de reprezarias, (...) por que apesar de artigo [da lei] ou facção somos todos seres humanos e erramos, sim erramos e estamos aqui para pagar nossos erros e um dia desfrutar de nossa liberdade novamente, mas sem opressão policial, por isso peço ajuda da senhora [mãe], te amo muito e peço que fique tranquila por que se Deus quiser tudo isso vai mudar.”
Esse é um trecho da carta escrita por um do detento, de 19 anos, do Linear B-II, da Phac - Penitenciária Harry Amorin Costa, para sua mãe, de 47 anos (ela pediu para que não tivesse o nome divulgado).
Depois de publicado ontem (24/04) no jornal Diário MS a carta de denúncia dos detentos, que dizia que buscavam ajuda dos Agentes Penitenciários, pois um preso que passava mal, porém não foram atendidos e foram mal tratados, e da declaração do diretor da Phac, Joel Rodrigues Ferreira, a “mãe revoltada”, procurou a OAB com a carta do filho em mãos e foi orientada a fazer uma carta de resposta, ao que o diretor havia dito.
O diretor disse que “os detentos querem fazer rebelião e desestabilizar a direção, mas o que buscamos é justamente evitar rebelião ou qualquer tipo de violência maior, que é incitada pelo abuso dealguns agentes”, observou a mãe ao Dourados News.
O detento pede para a mãe levar a carta para alguma autoridade, pois ele alega que os presos estão sendo “perseguidos e sequestrados, tem três companheiros daqui da galeria que sumiram e devem estar de castigo lá no Raio I no cadeado. Lá eles são torturados e ficam isolados, não tem direito a nada (...) estamos sem banho de sol há uma semana e não sabemos quando teremos visita novamente... (sic)”.
A mãe, que visitou seu filho há mais de dez dias, pede para que os direitos humanos sejam respeitados e que apesar do filho dela ter cometido um crime “ele está lá pagando por isso, e eu quero que ele saia melhor!” afirmou.
Entenda o caso
Segundo a carta do detendo um companheiro de cela que sofre de epilepsia teve um “ataque” e como é de praxi os detentos batiam nas grades e gritavam para que os agentes pudessem ouvir e socorrer o detento. Porém eles ficaram batendo das 19h às 21h, sem nenhum agente penitenciário descer para socorrê-lo.
Originalmente publicado em: http://www.douradosnews.com.br/dourados/em-carta-mae-de-detento-exige-que-phac-cumpra-direitos-humanos
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