terça-feira, 2 de julho de 2013

Cinco meses após tragédia da Kiss, ex-professor douradense pai de vítima não crê em punição


Maria Mariana e o pai, o professor Marcus Vinicius

Eduarda Rosa
O ex-professor da universidade Anhanguera de Dourados, Marcus Vinicius Back Ferreira, perdeu sua filha, Maria Mariana Rodrigues Ferreira, no incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul, acontecido em 27 de janeiro deste ano. Ela estudava Medicina Veterinária na UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) e participava da festa no momento do incêndio.
Marcus lecionou para turmas de Veterinária e Agronomia em Dourados durante seis anos e residiu no município por uma década. Atualmente mora na Bolívia e disse ao Dourados News que não se recuperou da perda da filha, “era separado da mãe de Mariana há 15 anos, tinha só ela na minha vida... impossível!”.

Por conta da distância só está acompanhando o caso pelas notícias da mídia, mas “gostaria de estar lá”.
“Lamentavelmente, o processo da Boate Kiss vai ser mais um caso de impunidade e infindáveis recursos que não resultar em nada ou pouca coisa (âmbito judicial) e no campo político CPI na prefeitura de Santa Maria... vai seguir o mesmo caminho, mas os pais no RS estão mobilizados com vigílias todos os dias na praça central, passeatas. Admiro muito a luta deles”, falou.
De acordo com o G1, familiares e amigos das vítimas estão aguardam a resposta do presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, Marcelo Bisogno, sobre o áudio polêmico com conversas entre vereadores e assessores sobre a CPI da Kiss, que investiga as responsabilidades do poder público na tragédia que deixou 242 mortos. No áudio eles dizem que havia orientação de "não dar em nada".
Homenagem
Maria Mariana também foi homenageada pelo cantor Luan Santana. Após a tragédia na casa noturna ele descobriu que uma grande fã sua havia morrido no incêndio e que o sonho dela era que ele regravasse a música “Meu destino”.
“Descobri que uma das vítimas da tragédia na boate era uma grande fã minha, que me acompanhou em vários shows. Fui ver o Twitter dela ontem, fiquei revendo as mensagens, e descobri que o grande sonho dela é que eu regravasse a música 'Meu destino', que eu escrevi quando tinha 10 anos. Fiquei surpreso! Essa foi a primeira canção que escrevi”, diz o cantor na apresentação do vídeo.
Foto: G1

Relembre o caso

O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro, resultou em 242 mortes. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco.
O inquérito policial indiciou 16 pessoas criminalmente e responsabilizou outras 12. Já o MP denunciou oito pessoas, sendo quatro por homicídio, duas por fraude processual e duas por falso testemunho. A Justiça aceitou a denúncia. Com isso, os envolvidos no caso viram réus e serão julgados. Dois proprietários da casa noturna e dois integrantes da banda foram presos nos dias seguintes à tragédia, mas a Justiça concedeu liberdade provisória aos quatro em 29 de maio.
As primeiras audiências do processo criminal foram marcadas para o fim de junho. Paralelamente, outras investigações apuram o caso. Na Câmara dos Vereadores da Santa Maria, uma CPI analisa o papel da prefeitura e tem prazo para ser concluída até 1º de julho. O Ministério Público ainda realiza um inquérito civil para verificar se houve improbidade administrativa na concessão de alvará e na fiscalização da boate Kiss.
Veja as conclusões da investigação
-O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso no palco
-As faíscas atingiram a espuma do teto e deram início ao fogo
-O extintor de incêndio do lado do palco não funcionou
-A Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás
-Havia superlotação no dia da tragédia, com no mínimo 864 pessoas
-A espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular
-As grades de contenção (guarda-corpos) obstruíram a saída de vítimas
-A casa noturna tinha apenas uma porta de entrada e saída
-Não havia rotas adequadas e sinalizadas de saída em casos de emergência
-As portas tinham menos unidades de passagem do que o necessário

-Não havia exaustão de ar adequada, pois as janelas estavam obstruídas

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