quinta-feira, 12 de maio de 2016

Quedas e falta de sono em idosos são temas de pesquisas da UEMS



Por: Eduarda Rosa | Postado em: 12/05/2016
Idosos da Unami também fazem atividades físicas nos encontros
Envelhecer é um processo natural da vida, do qual todos estão sujeitos. A cada ano, a expectativa de vida, aliada à qualidade de vida, aumenta no país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida dos brasileiros aumentou para 75 anos e dois meses (75,2), em 2014. Na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), as pesquisas realizadas com idosos, por meio do projeto de extensão Universidade Aberta da Melhor Idade (Unami), em Dourados, mostram esses avanços.
As pesquisas tratam de temas que atingem diretamente a qualidade de vida dos idosos, como falta de sono, perda de equilíbrio, riscos de quedas e perda de memória. Cerca de 40 idosos, com idades entre 55 e 75 anos, participaram dos estudos, que foram orientados  pela professora Márcia Alvarenga.
Das preocupações apontadas pelos idosos, as maiores são em relação à incapacidade de exercer algumas atividades e à dependência, já que eles desejam viver sem depender de outras pessoas para se locomover e para fazer coisas básicas do dia-a-dia.
A pesquisa realizada pela acadêmica de Enfermagem, Mayara Munin Acióle, indica que a perda de equilíbrio, que resulta em quedas, gera imensuráveis transtornos na vida dos idosos. A maior ocorrência de quedas, segundo a aluna, é durante as caminhadas.
A pesquisa mostrou que 53,33% dos idosos entrevistados sofreram queda nos últimos 12 meses. Mayara aplicou o teste Timed And Up Go, em que o idoso deve levantar-se da cadeira, andar por três metros e voltar. Do total, 40% gastaram menos de 10 segundos, 60% gastaram entre 10 segundos e 20 segundos. Segundo o teste, o indivíduo que gasta de 10 a 20 segundos é considerado, de forma geral, independente. A aluna destaca que mais de 20 segundos é indicativo de instabilidade postural e de alto risco de quedas.
Idosa durante teste de equilíbrio (Timed And Up Go)
A egressa da UEMS, Diana Dávalo Oliveira Dalmagro, também realizou pesquisas sobre quedas com 42 idosos, no programa de Estratégias de Saúde da Família, de Dourados, com média de idade de 72,4 anos. Dos idosos que sofreram quedas, 76,4% relataram que os acidentes ocorreram na própria residência.
“Concluímos que a queda se dá habitualmente, em ambiente domiciliar. Por isso, o enfermeiro da atenção básica deve realizar atividades de prevenção que envolva o idoso, os familiares e a comunidade, pois somente com o envolvimento de todos será possível realizar uma trabalho com resultados efetivos”, afirmou.
Outro tema pesquisado é a falta de sono, frequente em todas as etapas da vida, mas comum, principalmente, a partir de 65 anos. Na população idosa a insônia atinge cerca de 50%, de acordo com dados da literatura da área.
No trabalho da estudante Daniela de Souza Oliveira, os resultados mostram que a maioria dos idosos da Unami não apresenta dificuldade para adormecer, entretanto, grande parte relata que ao acordar durante a noite, encontra dificuldades para voltar a dormir.
A pesquisa aponta ainda que a maioria dos entrevistados não utiliza medicamentos para dormir ou tranquilizantes. “Sobre a dificuldade de adormecer, 44,1% possuem dificuldade e 55,8% não possuem; 73,5% relataram que têm dificuldade para voltar a dormir após acordar de madrugada. Apenas 8,8% fazem uso continuo de remédios para dormir ou tranquilizantes. A maioria disse que não sente cansaço ao acordar pela manhã (73,5%)”, descreveu Daniela.
A universitária, Karine Macedo de Oliveira, aplicou dinâmicas dentro de um projeto de extensão sobre a percepção dos idosos sobre saúde e bem-estar deles mesmo, além de atividades de cognição e memória.
“Apliquei o questionário ‘Como estou envelhecendo e como quero envelhecer’. Nele, a maioria falou que apesar das doenças, porque a maioria tem diabetes, hipertensão, eles estão envelhecendo bem, eles consideram que eles estão bem. Para achar o que eles pensavam sobre o envelhecimento, pedimos para que fizessem o desenho do dia mais importante da vida deles: a maioria desenhou família, casamento, nascimento dos filhos, alguns desenharam passagens da infância. Na questão de cognição e memória fiz dinâmicas que estimulam a memória, ilusão de ótica, entre outras”, ressaltou.


Unami
A Universidade Aberta da Melhor Idade (Unami) da UEMS iniciou as atividades em 2014, e atualmente tem três turmas. As atividades são compostas por aulas multidisciplinares ministradas professores da UEMS. 
“O que vemos bem positivamente é a questão da interação entre eles, novas amizades, novos conhecimentos, porque muito do que é colocado são coisas que eles realmente não sabiam. Eles não têm o compromisso que os alunos têm: de nota, de se formar e entrar no mercado de trabalho. A preocupação deles é realmente aprender algo que seja útil para a vida deles, para o dia a dia”, explica a coordenadora do projeto, Márcia Alvarenga.
A veterana, Francisca Alves Pereira, 69 anos, viu o anúncio da Unami e não perdeu tempo em se inscrever, junto com o marido, “quarta-feira é festa para nós! Melhora nossa mente, melhora a postura, melhora a nossa saúde, é maravilhoso isto aqui. Não há uma coisa que eu mais gostei de aprender, eu gostei de aprender tudo. As aulas são sobre alimentação, saúde, medicação, como interagir com o pessoal, temos também aulas de ginástica, tudo é bom!”, disse. 
Produzido pelo Projeto Mídia e Ciência UEMS/Fundect
Originalmente publicado em:http://www.uems.br/noticias/detalhes/quedas-e-falta-de-sono-em-idosos-sao-temas-de-pesquisas-da-uems-133655

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