segunda-feira, 26 de março de 2012

Down: saiba mais com especialista



Luciane Sperafico, Especialistas em Educação Especial 
Eduarda Rosa 
Tire suas dúvidas sobre Síndrome de Down, na entrevista com a Psicopedagoga e Especialista em Educação Especial, Luciane Sperafico:
O que é a Síndrome de Down é uma doença? Tem cura?
A Síndrome de Down não é uma doença, mas sim um acidente genético, que ocorre durante a divisão celular do embrião. Numa célula normal da espécie humana existem 46 cromossomos divididos em 23 pares, mas no indivíduo com Síndrome de Down há 47 cromossomos, sendo o cromossomo extra ligado ao par 21, ficando assim, com um cromossomo a mais, por esse motivo, é chamado também de trissomia do 21, e, portanto não tem cura, e sua ocorrência é de 1:600 nascidos vivos, e é mais frequente conforme aumenta a idade materna.


Pessoas com Síndrome de Down apresentam atraso no desenvolvimento da linguagem e da fala?
Sim, pois a aquisição da linguagem é um processo gradativo que requer algumas capacidades de ordem neurofisiológicas e psicológicas, como a integridade da inteligência, das funções auditivas e estruturas responsáveis pela articulação e parte mecânica da fala, e essas estruturas estão comprometidas na Síndrome de Down.
Pessoas com Down demoram mais para andar?
Sim, pois apresentam hipotonia (flacidez muscular) generalizada, e faz-se necessária estimulação precoce.
Como os pais podem ajudar a criança com síndrome de Down a se desenvolver?
Os pais podem procurar ajuda de profissionais especializados como fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicopedagogo, psicólogo, para se fazer a estimulação precoce da criança, sendo fundamental a participação de toda família.
Existe uma idade adequada ara a criança com Síndrome de Down entrar numa escola?
Não existe idade diferenciada para a criança com síndrome de Down entrar numa escola, pois ela acompanha a mesma faixa etária das outras crianças.
Pessoas com Síndrome de Down são propensas a ter doenças do coração?
Sim, a incidência das doenças cardíacas congênitas nessa população chega a 50%, representam as principais causas de morte nos primeiros anos de vida. No período neonatal, a manifestação clinica pode variar desde cianose (arroxeamento de lábios e extremidades), insuficiência cardíaca (cansaço nas mamadas, suor excessivo e baixo ganho de peso), sopro cardíaco e pode haver até casos sem sintomas, o que atrasa o diagnóstico, portanto, é muito importante fazer a avaliação cardiológica precoce nas crianças com Síndrome de Down, a fim de encaminha-las para um serviço especializado composto por cardiopediatras, fisioterapeutas, fonoterapeutas e terapeutas ocupacionais.
 
Pessoas com Síndrome de Down podem trabalhar?
Sim, todas as pessoas com Síndrome de Down podem ter uma vida normal, dentro de suas limitações, podendo trabalhar em vários setores. Em Dourados, há alguns casos de pessoas com Síndrome de Down que trabalham em repartições publicas, comercio e outros.
Podem ter uma vida normal? Casar, ter filhos?
Sim, podem ter uma vida normal dentro de suas limitações, podem se casar e ter filhos também, mas a questão da reprodução ainda é vista de maneira cuidadosa, pois pode haver risco genético consideravelmente elevado, a problemática da independência familiar e a da manutenção do relacionamento conjugal.
Podem praticar esportes?
Sim, pois o esporte e as atividades físicas podem prevenir doenças provocadas pelo sedentarismo, trazer o bem estar físico, emocional, e ainda ajudar na socialização. Eles podem escolher as atividades que mais lhes agradam, como a dança, caminhada, corrida, natação entre outras, tudo isso também vai depender do seu estado cognitivo e geral. Através da prática esportiva, eles descobrem suas potencialidades corporais e cognitivas. Por meio do esporte, desenvolve-se equilíbrio, coordenação, estruturação espaço-temporal, esquema corporal, hábitos posturais e respiração, fatores fundamentais para o desenvolvimento do indivíduo com Down. Em síntese o esporte promove o desenvolvimento global, aquisição de valores, quebra de preconceitos, contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida.
Qual a expectativa de vida?
Atualmente a expectativa de vida tem aumentado devido aos avanços da medicina, com isso eles estão chegando há aproximadamente 70 anos, como a maioria da população. Alguns estudos hoje, como os realizados pelo CEPEC (Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas de São Paulo), demonstram a existência de portadores de síndrome de down que ultrapassaram a barreira dos 50 e 60 anos, acompanhando a melhoria na saúde mundial, bem quanto brasileira. Para que se tenha uma ideia, basta dizer que há três décadas, a expectativa de vida dos portadores da síndrome era de 40 anos, sendo que na década de 20, esse dado reduzia-se para 9 a 10 anos.
Como é realizado o tratamento com crianças que possui síndrome de Down?
Sabemos que a criança Down necessita de acompanhamento de equipe médica desde bebê. Necessita-se também, estimular o raciocínio lógico, a compreensão e a fala, para uma socialização com as demais crianças e com pessoas de sua convivência.
No Cenaipp (Centro de Atendimento e Intervenção em Psicopedagogia, Psicologia e Psicodiagnóstico), temos atendido crianças na fase escolar desde alfabetização.
A equipe conta com Psicopedagoga, psicóloga, fonoaudióloga e especialista em educação especial atuando cada um em sua área. Com esse trabalho interdisciplinar, a prática Psicopedagógica e de educação especial para criança com síndrome de down, tem sido utilizado vários recursos de aprendizagem como por exemplo o recurso da tecnologia assistiva (Softwares educativos) de forma a alcançar novas perspectivas de aprendizagem, melhorar sua condição afetiva, a integração com o meio e inserção social, que consequentemente ajuda a fortalecer a sua independência, autonomia e aprendizagem.
Tudo isso se deu devido a todo o processo de aplicação de vários recursos utilizados na intervenção Psicopedagógica e no trabalho com educação especial, com o Sistema Tecnológico de aprendizagem, o logo e os jogos educativos são agentes provocadores da aprendizagem.
Para toda a execução de uma tarefa dentro de um sistema que o computador apresenta além de várias interfaces é também trabalhado os estímulos visuais, sonoros capazes de chamar à atenção do indivíduo provocando a•aprendizagem de forma prazerosa e estimulante. O atendimento é de forma individual com a criança ou adolescente, também é feito o acompanhamento escolar e orientação familiar.
Com esse tratamento de Intervenção a criança terá uma qualidade melhor de vida com excelentes resultados no processo de seu desenvolvimento.

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