quinta-feira, 4 de novembro de 2010

CULTURA


As cordas trazem para a música melodia e canção, pelos seus sons a existência se torna mais leve.


Por Eduarda Rosa
ALICE FERNANDES
Alice Fernandes, estudante de jornalismo, douradense, do estado de Mato Grosso do Sul, aprendeu aos 13 anos, com seu irmão, o que as cordas do violão queriam dizer. A ajuda de um tio e a persistência fizeram com que ela aprendesse praticamente sozinha a desvendar a “alma de seu amante”, seu violão, como ela mesma define, "o meu violão é como se fosse um amante,  onde é  a partir dele que eu tenho momentos particulares, é onde eu sinto Deus através dele”.
Alice conseguia viver de música antes de iniciar a faculdade, tocava em restaurantes e bares, mas escolheu a vida de estudante e deixou a música, um pouco de lado, mas ela (a música) sempre estava ali. Até conseguiu um emprego na Secretaria de Cultura de Ponta Porã, cidade fronteira com o Paraguai, onde teve aulas de saxofone e ajudava nas aulas de violão para crianças. Mesmo tentando fugir de seu talento, não conseguia, assim resolveu se inscrever no Prêmio Divas da Música Brasileira, e para sua surpresa, ficou entre as três primeiras colocadas.
São nos momentos de paz que Alice, junto ao seu violão, compõe suas letras e melodias, e as cordas representam a sua essência, “tudo aquilo que eu tento exalar é a partir dali, é como se saísse de dentro de mim, é toda a minha essência que sai ali naquele volume, naqueles sons, é a essência da minha vida que sai ali no som das cordas”. Foi em um desses instantes que Alice deu uma nova vida, mesclando no ritmo da MPB, à música “Tocando em Frente” de Almir Sater, cantor sul-mato-grossense, que deu a ela a oportunidade de ser finalista do prêmio Divas. Alice conta que a maior experiência que trouxe do prêmio é de que daqui para frente terá que levar a sério música, “pois dos cinco jurados, entre produtores, músicos e compositores, três que votaram em mim estão insistindo comigo, falando: 'não desista, não deixa isso esfriar, monte um grupo, comece a trabalhar suas músicas para você mostrar na sua cidade, depois no seu estado’, já tenho um projeto de apresentar até o final desse ano, 17 músicas de autoria própria”.  Confira a música de Alice: http://www.divasdamusica.com/finais.php?id=562
FELIPE EUBANK
A doçura e maciez dos sons das cordas não vêm apenas de violões, como o de Alice, podem vir também de guitarras, de sons mais pesados, como rock, porém sem menos paixão pela música, como é o caso do treslagoense Felipe Eubank, que vive em Curitiba, Paraná. Autodidata, aos três anos aprendeu a tocar bateria, aos 11 anos teclado, aos 12 anos violão, aos 15 anos começou a estudar guitarra, e aos 19 anos iniciou sua carreira profissional na música.
Com Influências principalmente de seu pai, Felipe toca em sua Igreja Evangélica “Ministério Pão da Vida”, seus ritmos favoritos Rock Progressivo, Pop Rock e Fusion, e consegue se sustentar com as suas aulas e a ministração de Workshops pelo Brasil. A guitarra representa a ele “Dom de Deus! Paixão, amor, me realizo quando estou com a guitarra”.
 Guitarra e Música são para Felipe ao mesmo tempo, lazer, estudo e trabalho. Com sua guitarra consegue trazer seu amor pela música, sua paz, alegria e com dedicação leva a vários estados seu workshop “Guitarra no Louvor”, sendo como foco principal o Ministério de Louvor das Igrejas, “onde procuro mostrar a vida de um músico dentro da igreja, que deve ter submissão ao líder, procurar ter uma vida diferenciada para que outras pessoas possam chegar até Deus através da sua vida e da forma como toca”, relata Eubank. Seu workshop procura ser dinâmico, interage com as pessoas, toca músicas instrumentais na guitarra, acompanhado de um cd playback com suas músicas. Visite o site de Felipe Eubank: http://www.felipeeubank.com.br/
Felipe tem atualmente uma média de 30 alunos, “às vezes me emociono na frente dos meus alunos, é tão gratificante quando eu olho para um deles e ele se sente feliz por estar tocando um instrumento, não tem coisa melhor do que ver eles felizes”. Felipe conta isso, pois vê os sons das cordas de sua guitarra como “capaz de mudar vidas”. E é com esse mesmo empenho e amor que Leila Névola, é uma educadora Musical, com as cordas de seu piano ou mesmo com os ritmos de um chocalho feito de latinha de refrigerante, Leila há 30 anos trabalha educação e música, com pessoas de todas as idades, de crianças a terceira idade.
LEILA NÉVOLA
Atuando como regente de coral conta que seu ofício não é simplesmente estar a frente dando o movimento do ritmo, “ser regente é ser um educador, mas você tem que ser líder fazer com que o grupo faça aquilo que você está passando, porque você está ministrando na vida daquelas pessoas, pois você não vai trabalhar só a música em termos musica vocal, você está trabalhando com o social, psicológico, emocional e coordenação motora”, conta a Educadora Musical.
Essa magia de educação e desenvolvimento, que está intrínseca a música, proporciona mudança de vida às pessoas, principalmente na vida de crianças carentes. Leila trabalha flauta doce soprano com crianças de 8 a 12 anos, no Projeto Infobol, da Primeira Igreja Batista em Dourados, Mato Grosso do Sul, que desenvolve além de aula de música, cursos de informática, futebol, artesanatos, reforço escolar. Segundo Leila, a importância da música na vida dessas crianças é maior do elas imaginam “com a música conseguimos trabalhar o todo dessas crianças, pois elas tem uma carência muito grande, física, emocional e motora. São pessoas que pela dificuldade da vida, não conseguiram se desenvolver junto com a sua idade cronológica tudo que uma pessoa precisa desenvolver”, expôs Leila.
Muitas Leilas, Alices e Felipes podem existir por aí, às vezes sem o reconhecimento merecido, fazendo “bicos” em bares, restaurante ou em festas de aniversário, mas nas palavras de um autor desconhecido, pode se ter um incentivo à esses músicos que tem amor, dedicação e vivem pela música:
“Eu traduzo o sentimento / Através da minha arte, / Tocando meu instrumento / Levo som a toda parte. / Vou levando encantamento / Emoção ou alegria, / Faço parte deste mundo / Tão louco de fantasia.”
Viver de música não é fácil, é preciso muito talento e uma pitada de sorte. Mas o que seria da vida sem ela, pois de acordo com Confúcio “A música gera um tipo de prazer sem o qual a natureza humana não pode passar.”

3 comentários:

  1. Uau, incrível seu texto.
    Parabéns.

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  2. Adorei! e claro, parabéns!!!!Postei no Pausas também a parte que vc fala sobre minha pessoa! rs Bjssss

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  3. Ah! Claro sua escrita foi predominantemente musical...hehe

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