segunda-feira, 9 de julho de 2012

Violeiro, há mais de cinco décadas, Dito Freitas pede mais valorização da música de raiz


Dito Freitas, o violeiro douradense - Foto: Divulgação
Eduarda Rosa
Mesmo sendo natural de Fernandópolis, São Paulo, Benedito Rodrigues de Freitas, mais conhecido como Dito Freitas, adotou Dourados como sua terra e ama o Mato Grosso do Sul, como a si mesmo.
É apaixonado pela viola caipira. Adquiriu seu primeiro instrumento há 56 anos e não a deixou mais de lado. Inspirou-se em duplas como “Zé Carreiro e Carreirinho”, e em 1958, aos 17 anos formou a dupla “Dito Freitas e Elias”, que durou apenas dois anos. Em 1961 mudou-se para Itaporã e colaborou, tanto lá como em Dourados, para a formação de vários grupos de Catira e na difusão da música de raiz.
“Seo Dito”, como é conhecido, se preocupa com a valorização e respeito aos cantores regionais, traz nas letras de suas 100 músicas registradas, canções sobre Mato Grosso do Sul e Dourados, além das românticas, que falam de paz, alegria, amizade e vida “sou totalmente contra as músicas com violência, pornografia, que falam de matar, maltratar mulher ou beber até cair, já vivemos em um mundo com tanta coisa ruim, as músicas tem que trazer coisas boas para nós”, ressalta o violeiro.
Dito Freitas com seus CDs - Foto: Eduarda Rosa
Já ministrou palestras em escolas contando sobre a origem da viola caipira, que por sinal chegou ao Brasil no período colonial, trazida pelos jesuítas e imigrantes portugueses e com as contribuições das culturas dos negros e índios foi adquirindo características próprias e se tornou tipicamente brasileira. Quando fala sobre sua paixão, “Seo Dito” lembra que as músicas sertanejas, se existem no formato atual, são porque tiveram uma raiz forte e consolidada, “as pessoas devem ter consideração com a música que foi base para os sucessos que hoje estão sendo nacionalmente reconhecidos”.
“Hoje temos artistas que já realizaram shows internacionais, levando a música sul-mato-grossense para muitos países e isso precisa ser respeitado e valorizado pelas pessoas e autoridades do poder público, e assim investir mais na cultura do estado e nos artistas que valorizam suas raízes”, afirma o cantor.
"Seo Dito" com as divulgações de seus trabalhos - Foto: Eduarda Rosa
Com sua viola afinada e mente afiada, o violeiro é capaz de cantar e tocar quatrocentas músicas diferentes em suas apresentações, mas suas preferidas são as catiras, que é uma dança do folclore brasileiro, em que o ritmo musical é marcado pela batida dos pés e mãos dos dançarinos.
Com 71 anos de vida, sendo 60 em Mato Grosso do Sul, Dito já recebeu três moções legislativas, gravou três CDs com mais de cinco mil cópias espalhadas por todo o país e também foi o idealizador da “Noite da Viola”, que teve seis edições em Dourados. Ele finaliza dizendo que é apaixonado pela viola, não vive dela, mas toca por prazer, pela difusão da música sul-mato-grossense.

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