Eduarda Rosa
A sugestão de mudança do nome do Aeroporto Municipal de Dourados, de Francisco Matos Pereira para Osvaldo Barbosa Borges, proposta esta feita pelo advogado criminalista Isaac Duarte de Barros Junior, está apoiada pela população, mas também está levantando outras discussões a respeito de nomes de pioneiros homenageados.
O historiador Carlos Magno Mieres Amarilha, acha válida a discussão, mas lembra que essa não é a única situação em que o nome deve ser mudado, “também seria preciso ver a mudança do símbolo de Dourados, que é colocado como ‘Terra de Antonio João’, totalmente descaracterizado da situação real, pois houve uma confusão do nome da Colônia Militar dos Dourados (região de Antonio João, Aral Moreira e Ponta Porã), a Colônia Municipal de Dourados (de onde surgiu a cidade de Itaporã e os distritos) e a Colônia Agrícola Federal de Dourados (onde foi criada as cidades de Douradina, Fátima do Sul, Ivinhema e outros)”.
A alteração proposta pelo advogado é justificada para que “A memória do douradense não se perca nos labirintos do esquecimento e ao emprestar nomes ilustres para colocar em algum lugar, deixa-se muito a desejar no tipo da escolha, homenageando-se apenas memórias e não os feitos importantes de empreendedores que por aqui passaram”.
Historiador Carlos Magno Amarilha
Gilmar Alves dos Reis, leitor do Dourados News, concorda com a mudança, “Boa ideia, conheci o piloto Osvaldinho bem como seus filhos e esposa , era educado e gentil, sabemos que mudança sempre é difícil, principalmente se tratando também de uma pessoa que foi muito importante na história da nossa cidade , mas mesmo assim é muito bom a Câmara Municipal se pronunciar e colocar em discussão junto a sociedade”, disse.
Ovídio S. Oliveira também parabeniza a proposta “parabéns a este ilustre advogado, por esta iniciativa e concordo com ele, pois conheci muito o comandante Osvaldinho, trabalhei nos anos de 85 até 2009 no aeroporto de Dourados e nada mais justo esta homenagem a família deste cidadão de bem que muito contribuiu para desenvolvimento de dourados..dentro das minhas possibilidades eu entro nesta campanha com muito prazer”, disse em seu comentário do Dourados News.
Aeroporto
Segundo o historiador, as obras do aeroporto tiveram início em 1941 e foi inaugurado em 1942, próximo a Praça Cinquentenário, era uma pista de pouso, que foi empreitada por Antônio Emílio de Figueiredo e na construção também foi utilizada a mão de obra paraguaia. Ele ressalta que existem outros pioneiros que participaram da construção do aeroporto, como exemplo, uma família japonesa, e não só o Comandante Osvaldo Barbosa Borges.
Carlos Magno recorda que o aeroporto foi gerenciado, a partir fevereiro de 1946, pela Real Transporte Aéreo, o responsável era o Comandante Jimeu Gomes. Os aviões eram do modelo DC - 3, na fundação eram apenas dois aviões, já em 1951, passaram para 26, neles cabiam 44 passageiros. A empresa fazia linha em 35 cidades e sete estados do Brasil.
Aviões da época
“O aeroporto, praticamente trouxe Dourados para o mapa e possibilitou que a cidade viesse a ter uma integração maior, foi nessa época em que vieram os compradores de terras”, falou Amarilha dizendo ainda que houve uma época que desceram vários aviões, que trouxeram deputados, senadores, presidentes e outras celebridades.
“Algumas curiosidades que envolvem o aeroporto é que Toshinobu Katayama foi e voltou do Japão direto de Dourados e também em 1952, um avião dos EUA que ia pousar em Ponta Porã, teve problemas técnicos sob Dourados, e a população se mobilizou para iluminar a pista, para que o avião pousasse em segurança, evitando um acidente, há uma “Salva de Prata”, concedida ao povo douradense por um Coronel estadunidense, no museu da cidade”, conta o historiador.
Salva de prata - Foto: Eduarda Rosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário