quinta-feira, 31 de maio de 2012

Tia Soninha: 32 anos de amor e dedicação aos pequeninos de Dourados


.Tia Soninha em sua mesa de trabalho - Foto: Eduarda Rosa
Eduarda Rosa
O olhar meigo e o sorriso acolhedor da “Tia Soninha” revelam o amor e cuidado que ela tem por suas crianças, “até hoje tenho ciúmes dos meus pequenos”. Pequenos estes que já não vão mais ao Ceim (Centro Educacional Infantil Municipal) para estudar, mas já levam seus filhos para aprender brincando.

Sônia Regina de Oliveira Lucas, 59 anos, natural de Presidente Prudente, São Paulo, escolheu Dourados em 1973, juntamente com seu marido, para morar, ter os filhos e viver grande parte de sua história. Lembra que quando chegou ao município era um lugar bem “poeirento”, não havia asfalto em nenhuma rua, mas viu que era uma cidade de prosperidade e ótima para construir uma linda história de vida.
Soninha lembra dos pequenos que já cresceram e são profissionais formados hoje - Foto: Eduarda Rosa
Mãe de três filhos biológicos e uma adotiva, Sônia passou a ser a “Tia Soninha” em 1982, quando fazia parte da Conferência Vicentina, da igreja São Francisco, e esta conferência era mantenedora da creche Recanto da Criança, na Vila Índio, então todos que participavam da conferência ajudavam a manter a creche, fazendo promoções, churrasco, bailes entre outras ações. Assim Sônia começou a ser voluntária, e era de sua incumbência fazer o lanche para as crianças duas vezes por semana e com a mudança da coordenadora da creche, na época, “Tia Soninha” foi chamada para assumir o cargo.
Conta que sente saudades de seu marido, Hélio Lucas, que morreu há um ano e meio, pois os dois se dedicaram muito na estruturação tanto da creche “Recanto da Criança” como do “Frutos do Amanhã”, Ceim que coordena hoje, no bairro Izidro Pedroso. “Quando vejo as árvores frutíferas grandes, dando sombra, lembro que foi ele quem plantou! Estou aqui como profissional, mas este lugar faz parte da minha vida!”, disse emocionada.
Sônia admirando o que ela e seu marido ajudaram a construir - Foto: Eduarda Rosa
“Tia Soninha” fica triste ao ouvir que antigamente as creches eram taxadas como “depósitos de crianças”, “não eram não! Nós fazíamos trabalhos direcionados, as fotos mostram que fazíamos muito pelas crianças”. Complementa que o Ceim, hoje administrado pela prefeitura, tem a intenção de incluir a família nos trabalhos, “pois temos compromissos com os pais na educação dos seus filhos, o Ceim é uma complementação de casa, tem um ditado que diz tudo: ‘os pais educam e os professores ensinam”, ressalta a pedagoga.
Como mãe, Sônia colocou seus filhos em primeiro lugar e só depois dos quatro se formarem ingressou na faculdade de pedagogia, pois só tinha o magistério, se formou aos 49 anos e ingressou em uma pós-graduação. Disse que continua trabalhando com as crianças porque gosta e aprende muito com elas, “pois a criança é sincera, verdadeira; sou amiga e apaixonada por elas!”.
Depois de ter passado por três Ceims, “Tia Soninha” coordena as 120 crianças, entre um e quatro anos, do Ceim “Frutos do Amanhã”, com apoio de 35 profissionais. Pensa sempre em trabalhar com pessoas comprometidas, “pois é um trabalho árduo, mas gratificante, pois eu amo o que faço!”, disse a Soninha.
Ser “Tia” não é fácil, pois os professores têm até medo de entrar nas salas de aula hoje em dia, mas o amor pelo trabalho e dedicação são fundamentais para que os pequenos cresçam e aprendam, para fazer a diferença no Brasil de amanhã!














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