quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Docentes criam dispositivo que pode ajudar na segurança em aeroportos

Por: Eduarda Rosa | Postado em: 14/09/2016
Físico e professor da UEMS, Armando Cirilo de Souza
As autoridades têm se preocupado cada vez mais com a segurança nos aeroportos, principalmente, com o objetivo de prevenir atentados terroristas. Para tentar solucionar este e outros problemas, o físico e professor Armando Cirilo de Souza, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), desenvolveu um trabalho em conjunto com Mauro Henrique de Paula, docente já falecido da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em que criaram uma Câmara de Líquido Fototérmica. Este dispositivo é capaz de detectar quantidades de água em outras substâncias líquidas, possibilitando assim identificar desde explosivos líquidos até água no etanol ou na gasolina.

O equipamento teria uma função de controle de qualidade, pois consegue detectar quais as quantidades de água em outras substâncias líquidas. Um dos experimentos foi para medir a quantidade de água no etanol, mas a ideia é que possa ser utilizado para qualquer outra solução que se queira medir água, seja em outros combustíveis, medicamentos ou lubrificantes.
“Este dispositivo é importante porque, por exemplo, no carro se tiver uma quantidade de água no combustível é prejudicial ao motor, não se tem a mesma eficiência e perde-se dinheiro. Numa aeronave que utiliza querosene, também pode ser perigoso”, explica Armando Cirilo de Souza.
O objetivo é que o aparelho possa ser utilizado no dia a dia de postos de combustíveis, em indústrias e até em aeroportos para detectar explosivos líquidos. Nos aeroportos ele poderá ser utilizado junto aos outros aparelhos de detecção, por exemplo, se o fiscal perceber que há algum líquido diferente na bagagem, poderá colocá-lo no dispositivo e o resultado será imediato. Devido à importância, o projeto foi citado em um livro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
“A célula desta câmara começou a ser desenvolvida em 1987 pelo professor Mauro e em 2007 começamos os testes já da câmara, contudo, com a morte do professor Mauro, em 2010, o projeto ficou mais lento, pois a patente estava no nome dele. Porém no início deste ano consegui publicar o estudo na revista internacional Sensors and Actuators B”, disse o físico.
Segundo o pesquisador, o processo é fototérmico, ou seja, um laser “lê” o líquido, excita as moléculas de água dentro da câmara e aquela quantidade de energia é absorvida. Essa diferença de sinal vai dar os pontos para se determinar as quantidades de água nas substâncias.
“Pode ser que eu venha retomar este projeto, mas por enquanto nós paramos por aqui. Mas daria para continuar, a próxima fase seria melhorar o design do protótipo da câmera e trabalhar com outros comprimentos de onda, que resultaria em melhores respostas de precisão”, disse Armando Cirilo de Souza.
Confira a entrevista com o professor:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Debutante, cadela ganha bolo e foto em homenagem aos 15 anos de cãopanheirismo

Princesa vestida como tal, cachorra teve bolo e velinha no aniversário de 15 anos. (Foto: Eduarda Rosa) Paula Maciulevicius Um dia...