quinta-feira, 20 de março de 2014

Nos trilhos do desenvolvimento: Dourados será entroncamento ferroviário com ‘Norte-Sul’ e ‘Ferroeste’

dourados será entroncamento das ferrovias Ferroeste e Norte-Sul - Foto: Ademir Almeida/arquivo
Eduarda Rosa
O barulho e a movimentação que o trem faz não pode ser ouvido mais em de Itahum - como mostrado nas duas primeiras reportagens da série “Nos trilhos do desenvolvimento”, produzida pelo Dourados News- contudo há previsões de que em breve o município de Dourados, onde está localizado o distrito, se tornará um entroncamento ferroviário com as estradas de ferro da Ferroeste e Norte-Sul.

A obra dos trechos da estrada estão previstas no PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento 2) do Governo Federal, com isso o indicativo é que no primeiro semestre deste ano – antes das eleições - o governo as licite para que comecem a ser construídas ainda neste ano e sejam entregues em 2019.
Mapa mostra onde passarão as ferrovias
De acordo com a Ferroeste os trechos das duas rodovias receberão um investimento de quase R$ 12 bilhões, orçados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A primeira ferrovia é a EF 267, “braço” da Norte-Sul, que atravessará 19 municípios (12 de São Paulo e sete em Mato Grosso do Sul), totalizando 659 quilômetros, com um custo de R$ 2.937.967.165,00. Os trilhos saem de Estrela d’Oeste (SP) e Panorama (SP), chegando a Dourados.
A segunda estrada de ferro, a EF 484 (Ferroeste), deverá sair de Maracaju, passando por Dourados e chegando a Lapa (PR) e deverá custar R$ 9.937.967.165,00, com uma extensão de 990 quilômetros.
O transporte ferroviário trará economia aos produtores rurais - Foto: Ademir Almeida/arquivo
O professor em economia da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Caio Luis Chiariello, disse em entrevista que a construção da ferrovia só traria impactos positivos para Dourados, “é uma obra pública de grande expressão, representa investimento local, contratação de insumos e mão de obra da região, ou seja, a construção de uma ferrovia por si só já traria impactos positivos para Dourados e região, além de sinalizar para o Estado e para o país a busca da região por desenvolvimento econômico”.
Além disso, o escoamento da safra teria menor custo para os produtores rurais, segundo o Presidente do Sindicato Rural de Dourados, Marisvaldo Zeuli, “grande parte do custo fica no transporte sobre rodas, com a ferrovia a produção chegará mais rápido aos portos, com maior qualidade e assim poderá ter maior competitividade na exportação, por ser um produto mais barato. E o produtor ainda é beneficiado com maior lucro para investimentos em sua propriedade”, afirmou.
Zeuli ainda ressalta que o gasto com o custo do frete será 40% menor, isto porque – conforme explicação do economista Chiariello - o custo da tonelada por quilômetro rodado no modal rodoviário é cerca de sete vezes maior do que no modal ferroviário, “além do que, via rodovia apresenta maior impacto ambiental (poluição atmosférica) maiores riscos humanos (acidentes rodoviários) e maior perecibilidade (cargas danificadas) em relação ao transporte ferroviário”.
Devido a má estrutura das estradas, parte da produção fica pelo caminho - Foto: Ademir Almeida/arquivo
Chiariello complementa dizendo que nos países desenvolvidos existe um certo equilíbrio entre as duas formas de transporte, sendo que os modais ferroviário são usados para transporte de grandes volumes e também de coletivo de pessoas, ao passo que o rodoviário é utilizado para transporte de cargas com menor volume e transporte de menor número de pessoas.
Dourados ainda não escuta todos os dias o apito do trem, mas em breve a região do Posto da Base, sentido a Caarapó, rumo ao sul do Estado, deve receber os trilhos das ferrovias. E a previsão é que o local - que hoje não é povoado - em 30 anos deva fazer parte do perímetro urbano, segundo informações da prefeitura municipal.
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A série “Nos trilhos do desenvolvimento” chega ao fim. Se você não viu as duas reportagens anteriores pode conferir nos links abaixo. Nelas foram mostradas o auge e a decadência de Itahum com a implantação e desativação da estrada de ferro que passava por lá.
O entroncamento poderá ficar na região do Posto da Base - Foto: Ademir Almeida/arquivo
http://www.douradosnews.com.br/dourados/nos-trilhos-do-desenvolvimento-dourados-sera-entroncamento-com-norte-sul-e-ferroeste

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