“Dezenove anos perdidos”
essa é a conclusão que Jovair João da Silva tem do período que foi viciado em tóxicos. Jovair
iniciou no consumo de drogas aos 13 anos com o álcool, depois a maconha,
cocaína, a pasta base e o crack.
“Quando a pessoa vê já esta
dependente e totalmente a mercê da droga. Eu perdi tudo, minha família, esposa,
filhos, bens, tudo que eu consegui trabalhar e construir em 32 anos eu destruí,
fumei tudo!”, declara Jovair Silva.
Depois
disso pediu ajuda a sua família, pois queria sair desse mundo, sua cunhada
conhecia um programa de reabilitação de jovens viciados, o Desafio Jovem
Peniel. Ele aceitou o tratamento e permaneceu um ano em uma casa de
recuperação.
Conseguiu
se curar plenamente, “a ciência não inventou um remédio para curar a
dependência química, ainda estamos dependendo do milagre e ele existe, eu sou
um fato concreto disso!”, afirma.
Hoje é bacharel em
teologia, e atua como pastor na igreja Peniel em Dourados, fazendo o mesmo
trabalho que o ajudou a sair das drogas. “Eu tomei amor por esse trabalho,
justamente por ver o amor que eu recebi quando eu cheguei ao centro de
recuperação, pois eu estava no fundo do poço e eles não me discriminaram. E ver
um jovem recuperado é uma gratidão muito grande, não tem preço”, lembra.
O trabalho que o pastor
realiza é uma análise do indivíduo tanto física, mental, como espiritualmente.
Depois disso a pessoa é encaminhada para um centro de recuperação, em Campo Grande ou Três
Lagoas.
Sensações
O indivíduo ao consumir
tóxicos tem dois momentos de sensações ruins:
1º A droga pode ser
depressiva e alucinógena. A alucinação é a pior delas, segundo o pastor, pois
pode dar sensação que a pessoa está sendo perseguida, “é nesse estágio que
acontecem a maioria dos crimes em que as pessoas acabam tirando a vida de
parentes próximos”.
2º A abstinência. “Quando
começa a passar o efeito, você quer mais, e se não tem dinheiro vem o desespero.
As pessoas quebram, roubam, matam e se preciso for fazem qualquer coisa para
conseguir usar novamente”, explica Silva.
Diante de tais
constatações questiona-se: mas porque as pessoas fazem uso de drogas? Porque
quando se acaba de fazer o uso ela traz sentimento de alívio, paz e alegria. “A
sensação dela é boa, em primeira instância, mas na sequência é que as coisas
vão ficando pior!”, relata Silva.
Fases
A doença é classificada em
duas fases: na primeira é a pessoa em que faz uso da droga, nesse período ainda
tem um controle do consumo; já no segundo estágio não é o usuário quem dita as
regras para a droga, pelo contrário, é ela quem passa a ditar as regras.
Família
O viciado que chega ao
estágio dois “realmente quer sair deste mundo, mas muitas vezes não tem força
sozinho, nesse período a família faz toda a diferença, o amor da família
ajudando a pessoa a dar os primeiros passos, na reabilitação”, afirma o pastor.
Lembra também que o vício em drogas é uma doença, “todo doente precisa de acompanhamento, antes, durante e pós, até tomar
força e coragem para conseguir ir sozinho”.
Livre
Do período de vício,
Jovair conta que, na verdade ‘ele não era ele’, pois “o doente não é ele, vive
num mundo de mentira, onde cria um mundo fictício, viaja em suas ilusões”.
Hoje, livre das drogas
ele se considera “uma pessoa liberta e que tem prazer em viver a vida, cada
minuto, cada segundo sabendo que não existe coisa melhor do que amar cada vez mais tudo o que Deus fez, da melhor forma possível, e sem vício, o que é mais
importante!”
Serviço
A igreja Peniel trabalha desde
a década de 1970 com dependentes. Iniciou com a criação do Centro de Recuperação
Peniel, em Belo
Horizonte.
Em Dourados procure o Pr.
Jovair ou Irmã Marta na rua: Eulália Pires, 2660, Jardim Tropical, das 13h30 às
17h30, nas terças, quartas e quintas-feiras. Ou pelos telefones 3421-2625;
8149-9442; 9612-2126.
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