segunda-feira, 20 de junho de 2011

A delícia de poetizar

Emmanuel Marinho, poeta douradense

    “Poesia não compra sapato, mas como andar sem poesia?” Essa é a pergunta que Emmanuel Marinho faz, mas há tantas pessoas hoje que não gostam de andar com ela, por qual motivo?

   Emmanuel Marinho é ator, poeta e educador, e aprendeu a amar a poesia com sua avó, que segundo ele era uma grande declamadora de poemas “quando eu era criança, eu a via no fogão de lenha declamando poesia, ela declamava Gregório de Mattos, Manuel Bandeira e outros”. Assim se tornou poeta e hoje a poesia para ele é “brincar com as palavras, a palavra que é a ferramenta do poeta. Eu acho que a poesia passa a ter uma dimensão maior quando ela é um ato poético, a poesia pode estar numa paisagem, num cinema, numa obra de arte que não tem palavra, por exemplo”.
   Gabriela Sanches, de nove anos, também aprendeu com sua avó a gostar de poesia, porém na escola não é muito incentivada “Na escola eu só fiz uma vez, acho que devia ter mais, porque é divertido, tem rimas e também música. Pena que só alguns coleguinhas gostam”, afirma.
   Para Roseli Áurea, professora de Língua Portuguesa há 33 anos e avó de Gabriela, a poesia no ensino ajuda no aprendizado, em qualquer nível, “ela é toda a alavanca necessária, porque é prazeroso fazer poesia, é prazeroso para a pessoa descobrir que ela é capaz disso, então quando você se sente capaz de alguma coisa você vai se sentir muito mais motivado a ousar a pensar, a passar dos seus limites, e isso é muito prazeroso e significativo”.
   Porém muitos professores ainda usam os métodos antigos e acabam desmotivando os alunos, “em muitas escolas a poesia é colocada para ver o verbo, o sujeito, não como uma coisa para se deliciar. A poesia é para se deliciar, para trabalhar a coisa da rima e outras coisas e não os valores, moral, o estudo da gramática, com isso você esta acabando com a poesia. Então talvez por isso que a criança não goste de poesia, poesia é para ler, se divertir”, afirma Emmanuel Marinho.
    Mas a professora Roseli traz uma boa notícia, que na visão moderna do educador de língua portuguesa, “o estudo gramatical, sintático é mais através do texto. Que é visa ensinar o aluno a pensar, a produzir textos e interagir com a sociedade”. Emmanuel Marinho complementa que só falta
oferecer esse “pão bom para as crianças, pois são muito mágicas as brincadeiras com as palavras, com o espaço e a criança adora poesia”.
     A poesia pode trabalhar as palavras, ser um momento de lazer, brincadeira, um momento de delícia. Divirta-se com a leitura de poetas sul-mato-grossenses: Emmanuel Marinho: Cantos da Terra, Jardim das Violetras, Margem de Papel, Caixa de poemas e Caixa de Delícias; Manoel de Barros: Livro sobre nada, Retrato do artista quando coisa, Exercícios de ser criança, Ensaios fotográficos, O fazedor de amanhecer, Poeminhas pescados numa fala de João e outros.




Eduarda Rosa






* Jornal Laboratório "A Notícia"dos cursos de comunicação social da Unigran
Edição Junho de 2011

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