quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Adoção torna realidade sonho de ter filhos e comemorar o primeiro dia dos pais



Amanda e Leandro
Eduarda Rosa
“O pai que não ama não é pai, porque ser pai e amar são coisas intrínsecas uma a outra”. Para o pai adotivo Leandro Azambuja ser pai é transmitir amor, carinho e atenção. Ele escolheu essasresponsabilidades há um ano e cinco meses e legalmente este é seu primeiro dia dos pais.

Casados há 11 anos, Leandro e sua esposa Amanda sempre quiseram ser pais e tiveram duas experiências de gravidez. Na primeira gravidez não foi adiante, o bebê não desenvolveu, e a segunda experiência, foi muito marcante para o casal, “eu me realizei com aquela fase da gestação da minha esposa, foram seis meses muitos intensos, aí veio o nascimento da Vitória, mas com seis meses ela ainda era muito bebêzinha e acabou não sobrevivendo”, conta Leandro.
Com essas dificuldades pensaram em adotar uma criança e ficaram na fila de espera por dois anos. “Alguns meses depois do falecimento da Vitória veio uma ligação para a gente conhecer os nossos filhos em Três Lagoas, nós fomos para lá e tivemos a oportunidade de conhecê-los, foi amor a primeira vista! É surpreendente como Deus faz as coisas, não tem muita explicação para isso, mas a experiência da paternidade e da maternidade, mas falando de mim, da paternidade e a adoção tem muito a ver com amor e o que é a paternidade se não for o amor? Você pode ter até a ligação sanguínea, biológica, mas se não tem amor, não tem relação de paternidade. E o que Deus fez comigo foi isso, colocar um amor no meu coração por eles e também colocar amor no coração deles pela gente”, declara o pai.
 
E mesmo com a intenção de adotar apenas uma criança quando conheceram os irmãos Lucas, com quatro anos, e a Fernanda, com quase três anos, o amor foi recíproco. “Não estava nos nossos planos, se dependesse apenas da razão nós teríamos escolhido uma única criança, porque teríamos mais tempo e dedicação a ela, mas aí Deus nos deu duas crianças e como uma paternidade biológica quando vem gêmeos você é abençoado pelas duas crianças, assim aconteceu conosco também. E foi muito bom para eles também no processo de adaptação, porque os dois são muito unidos e eles se completam”, lembrou ele.
Leandro também fala da experiência fantástica e da intensidade do relacionamento de um pai com seus filhos, pois agora que comprova isso na pele, tem certeza de que faria tudo por eles, até dar sua própria vida.
“A principal diferença do começo de um relacionamento entre pais e filhos adotivos é que um começa com o resultado positivo de um exame e o outro começa com uma ligação. Mas daí em diante o relacionamento é construído, baseado no amor, que aproxima os dois”, como bem define o pai adotivo. Com o tempo as crianças já começaram a se parecer com o casal, seja na forma de falar e também de agir.
 
“Eu digo que para você ser pai adotivo de verdade às vezes é uma relação mais intensa que o pai biológico, porque já tive a experiência de por poucos meses ser pai biológico, mas a paternidade adotiva é antes de tudo uma escolha, você escolheu ser pai, já a paternidade biológica nem sempre, em alguns casos você não estava esperando. A paternidade adotiva é uma escolha, pois não tem como ser diferente, porque você tem todo um processo, para que você seja pai e mãe adotiva. É muito intenso, enquanto na paternidade biológica se tem nove meses de gestação e vai se idealizando a criança, descobre com três ou quatro meses o sexo, na adoção a gente não sabe nada, nem o sexo, nem a cor e nem a idade”, conta.
E mesmo estando há dois anos na fila de espera, em dois dias Leandro se tornou pai. O casal foi chamado a Três Lagoas para conhecer as crianças e no dia seguinte já às levaram para casa. Mas a adoção ainda não era permanente e o processo duraria de dois a quatro anos para ser concluída, contudo seis meses depois a ligação de uma assistente social irradia seus rostos de alegria, pois ela disse, “o processo de vocês foi concluído, a adoção é definitiva e já estou com a certidão de nascimento das crianças no nome de vocês”, lembrou ele.
 
"Nada é tão contagioso como o exemplo."

La Rochefoucauld
Não só a partir daí, mas desde que levaram as crianças para casa as responsabilidades, valores e projetos de vida passaram por uma revisão, pois segundo ele a responsabilidade de um pai é de zelar para que o seu filho possa ser o que ele quer ser e isso se consegue com muita dedicação, muito amor, muita entrega, muitos cuidados e zelo pelo filho, logicamente, segundo ele, com o auxílio da mãe “ainda bem que tem a mãe e não é só o pai, se fosse só o pai a coisa ficaria mais difícil”, explica.
“Na medida do possível pretendo, quero e busco ser esse pai que não só dá o dinheiro o sustento, o alimento, mas também que está presente para ver as fases do filho e auxiliá-lo em tudo o que for necessário para que ele possa desenvolver e ser tudo aquilo que ele pode ser e quer ser, mas acima de tudo aquilo que Deus tem para ele, para a vida dele”, disse o pai que também é pastor.
O exemplo para o desenvolvimento das crianças é fundamental e Leandro não quer terceirizar essa responsabilidade de pai. “Na medida do possível quero nunca terceirizar o valor do exemplo, porque se meu filho não puder aprender comigo o que tem que ser na vida dele eu também acho que os demais também não podem fazer uma coisa que é responsabilidade minha. O bom exemplo é fundamental, mas eu não me iludo achando que o Lucas será exatamente igual eu sou, aliás eu quero que ele seja muito melhor do que eu, mas na medida do possível a gente deve dar bons exemplos para que o filho possa ter segurança e aprender dentro de casa valores adequados para a vida”, disse.
Algumas pessoas tem preconceito em relação a adoção, pois levam em conta alguns exemplos negativos, formam suas opiniões e acabam esquecendo dos inúmeros casos positivos, em que crianças saem de orfanatos ou abrigos e passam a viver em família. E a família de Leandro e Amanda receberam Lucas e Fernanda como netos, sobrinhos, primos ou amigos e o preconceito ficou bem longe deste lar.
(*) Por recomendação judicial as fotos das crianças não foram divulgadas.

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