Eduarda Rosa
Alvimar Amâncio da Silva teve a tristeza de receber a notícia, na manhã do dia 14 de dezembro de 2012, que seu filho Alvimar Amâncio da Silva Júnior, de 21 anos, conhecido como “Zéba”, havia morrido durante a madrugada, vítima fatal de um acidente na esquina das Ruas Monte Alegre e Quintino Bocaiuva, quando no cruzamento uma caminhonete bateu contra a sua moto.
Alvimar Amâncio da Silva perdeu seu filho no trânsito - Foto: Eduarda Rosa
Para Alvimar pai, foi um momento muito difícil e de dor, principalmente, por ver o filho que levava seu nome imóvel em um caixão.
“Eu não acreditava, não podia ser, mas daí você olha no caixão e vê a pessoa sem movimento nenhum... Normalmente, durante a noite você levanta e vê a criança respirando, se mexendo, a gente sabe que a vida está presente. Mas quando olha aquele corpo inerte e sem vida é triste demais!”, lembrou o pai emocionado.
Zeba era produtor da rádio 94 FM, tinha comprado sua moto um ano antes com o dinheiro de seu trabalho, pois seu pai o tinha proibido de andar na moto dele depois de ter sofrido um acidente.
“Sofri um acidente em 2009, depois disso não deixei “Zéba” andar mais na minha moto. Não é que pai é ruim, é que quando passa por uma situação dessas já pensa no risco com o filho e no meu caso foi isso. Dava dó vê-lo andar a pé, não emprestava, mas era tentando evitar o pior, proteger...”
Mas o pai preocupado sempre que acessava os sites de notícias ficava com o coração apertado quando via acidentes envolvendo motociclistas. “Quando lia, falava: ah não é meu filho”, mas não sei se é certo falar graças a Deus, pois é uma dor que outro pai e outra mãe também vai passar, mas a gente não imagina que vai acontecer na vida da gente”.
Foi uma carta e uma poesia publicadas no Dourados News que trouxeram mais consolo a Alvimar. Nos comentários e e-mails recebidos ele pode perceber que não foi o primeiro e não será o último a passar por aquela situação.
“Não sou o último pai, nem a última família. Gostaríamos até que fosse, para ninguém passar essa dor, mas quando você vê que outros já passaram por ela e estão aí tocando suas vidas, te dá força de tentar tocar a sua também”, disse o pai perdeu um de seus seis filhos.
Alvimar Amâncio, assim como todo pai, tinha o prazer de falar para o seu filho “isso eu já passei, eu já conheço, eu sei como é”, mas ‘Zéba’ partiu para uma viagem que seu pai desconhece e não podia orientá-lo.
“Às vezes bate o inconformismo, pois o motorista se recusou a fazer o teste do bafômetro... Lamento profundamente, a dor é muito grande, não tem como não dizer que não choro todos os dias. A gente não sabe até quando isso vai durar. Há uns que dizem que nunca vai cessar. Outros dizem que o tempo ameniza, mas curar, não cura”, lembrou.
Porém o sorriso abre quando se lembra dos momentos alegres que compartilhou e aprendeu com o filho. Contudo as lágrimas aparecem nos olhos e a voz fica tremula ao pensar na dor de não ter mais o filho perto, afinal “para os pais, o ser humano é insubstituível, é a coisa mais preciosa que Deus deu!”.
“Sinto falta da voz, do riso, dos bons momentos... poderia falar assim ‘o meu filho está aqui agora’. Se estivesse estaria celebrando, estaria rindo, conversando, falando isso e aquilo, contudo a violência no trânsito não permitiu que isto acontecesse”, finaliza o pai de ‘Zéba’.
Veja o relato do pai:
Alvimar fez um vídeo em homenagem ao filho:
http://www.douradosnews.com.br/dourados/violencia-no-transito-a-dor-da-perda-de-um-filho-veja-o-video
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