Em 10 anos, região da Cabeceira Alegre se desenvolve e vira o novo Centro comercial de Dourados

Após a instalação do shopping a região da Cabeceira Alegre recebeu novos investimentos - Foto: Eduarda Rosa

Eduarda Rosa

O crescimento populacional e econômico de Dourados atraiu grandes empresas para a cidade e a prova disso é que em pouco mais de 10 anos, a região da Cabeceira Alegre, antes afastada e vista como 'saída' do município, se transformou numgrande Centrocomercial.

O processo, que leva hoje tráfego intenso de veículos e alta concentração de pessoas, começou em 2002, com a instalação de uma unidade do Atacadão, quatro anos depois foi a vez do Shopping Avenida Center inaugurar seu centro de compras na região, seguido pelo hipermercado Extra (em 2010), concessionárias de veículos e agora a loja de departamentos Havan, somado a esses fatos, vários comerciantes migraram seus empreendimentos de local.

O empresário, José Jaime Cavalcante, acredita que os investimentos na região descentralizaram a área bancária e o comércio - Foto: Eduarda Rosa

O empresário, José Jaime Cavalcante, proprietário de três farmácias na cidade, disse que após a abertura do Atacadão o movimento melhorou bastante em uma de suas lojas. “A que vende mais é a da região central, mas a da Cabeceira Alegre tem um movimento melhor hoje, pois antes era considerada bem afastada do centro”.

De acordo com o proprietário, os investimentos na região descentralizaram a área bancária e o comércio. Isto trouxe benefícios para a população, principalmente para os que moram nas proximidades.

Para o casal, Alcides Torres e Mariula Torres, que mora no bairro Jóquei Clube, a formação do novo centro facilitou seu cotidiano, “descemos do ônibus e achamos tudo o que precisamos. Correio, lotérica, banco, supermercado. Aqui tem todas as novidades, além de que gastamos menos tempo com transporte. Faz uns quatro meses que não vamos para o outro centro”, disseram.

O casal, Alcides Torres e Mariula Torres, que mora no bairro Jóquei Clube, foram beneficiados com a formação do novo centro - Foto: Eduarda Rosa

A comerciante, Edilete Morena Santos, dona de doissalões de beleza na cidade, vendo a expansão comercial da região da Cabeceira Alegre já abriu a filial do seu salão próximo ao shopping e em breve transferirá a sede para lá.

“A sede do meu salão fica na Rua Oliveira Marques, mas vou mudar para o shopping, pois acredito que lá meu empreendimento terá mais visibilidade e tentarei novos clientes”, falou Edilete.

De acordo com o engenheiro civil, Luiz Henrique Moreira de Carvalho, é comum o crescimento da região central de acordo com a demanda da cidade. Além da área central, em Dourados, existem micro-pólos ou micro-centros, e o que pode ser considerado um “segundo centro” são as empresas que se instalaram na região juntamente com o shopping.

O hipermercado Extra foi inaugurado no município em 2010 - Foto: Eduarda Rosa

Mas são conglomerados diferentes e não prejudicam o “centro velho”. “Contudo o comerciante do centro tem que ficar atento, se atualizar, pois os consumidores são cada vez mais exigentes e querem mais conforto. Por exemplo, um lugar no estacionamento do Shopping é mais fácil de ser encontrado do que na região central”, ressaltou o engenheiro.

“O protótipo brasileiro de crescimento é dos comércios uns próximos dos outros, como o crescimento das pequenas cidades que se desenvolviam em volta da praça e da igreja central. Diferente do protótipo norte-americano, por exemplo, que não aglomera os comércios em ruas abertas”, explicou Carvalho.

Praça Antônio João, na década de 40

Segundo o historiador, Carlos Magno Mieres Amarilha, o povoado de Dourados, quando em formação, se aglomerou ao redor da praça Antônio João. “A migração do centro é comum quando as cidades crescem, contudo o centro comercial de Dourados ficou localizado em seis quilômetros da Avenida Marcelino Pires”.

Futuros investimentos

Segundo a assessoria da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentável a região da Cabeceira Alegre cresceu bastante nos últimos anos e tem o potencial receber cerca de R$ 200 a R$ 300 milhões em investimentos nos próximos quatro anos. Mas acrescenta que a região do comércio central não foi prejudicada, pois a cidade se expandiu economicamente.

A loja de departamentos Havan foi inaugurada neste ano - Foto: Eduarda Rosa

“Está em construção na área o Shopping Popular e há diversas especulações: construção de um condomínio residencial de quatro torres com 20 andares, próximo ao shopping; também foi comprado pela Brasil Investimento um terreno próximo ao Atacadão, que constrói para os mesmos grupos de Extra e Carrefour; além disso, uma empresa de São Paulo fez uma pesquisa na prefeitura para instalar um novo shopping ou centro de eventos naquela região”, informou a assessoria.

Para o outro extremo da cidade, também está previsto a construção do condomínio residencial Alfaville. “E sempre que esta empresa constrói o condomínio, constrói próximo também um shopping”, finalizou a assessoria.




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