Ramão Maldonado é cadeirante há 10 anos - Foto: Eduarda Rosa
Eduarda Rosa
O aposentado, Ramão Maldonado, de 33 anos, sofreu um acidente de moto há 10 anos e passou a andar de cadeira de rodas. Para ele as condições melhoraram durante o período de adaptação, mas ainda é difícil se locomover.
Enquanto mostrava ao Dourados News em vídeo, como faz para subir e descer rampas, a reportagem acabou flagrando um veículo sobre a faixa de pedestre.
Veja o vídeo do depoimento do cadeirante, Ramão Maldonado:
Os deficientes visuais também sofrem com o desrespeito no trânsito e a falta de acessibilidade das calçadas. O aposentado, Waldir Balbuena Medeiros, de 59 anos, há oito anos se tornou deficiente visual e percebeu que se tornou ainda mais difícil andar pelas ruas da cidade.
Para o aposentado, as calçadas deveriam ser padronizadas, pois existem muitos “altos e baixos que dificultam a locomoção”.
De acordo com o coordenador de Fiscalização de Postura do município, Luiz Carlos Lopes, a cidade está passando pelo processo de modificação e adequação dos pisos táteis. “Foi feito um cronograma e os comerciantes têm até janeiro de 2014 para se adequar”.
O quadrilátero cobrado pelo promotor, Izonildo Gonçalves de Assunção Júnior, é da Rua Wanilton Finamore a Eulália Pires e Oliveira Marques a Joaquim Teixeira Alves.
Quadrilátero que deve ser adequado: Rua Wanilton Finamore a Eulália Pires e Oliveira Marques a Joaquim Teixeira Alves.
Segundo o coordenador, as calçadas devem ter pelo menos 1,75 metro livre, “o comércio obedece, não pode colocar nada sobre os pisos táteis, mas os condutores são os que menos se importam e colocam os veículos sobre as calçadas”.
Este ano o setor de Fiscalização de Postura já fez mais 700 notificações e após a autuação, o comerciante tem o prazo de 30 dias para adequar-se.
O professor de Planejamento Urbano da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Mário Cezar Tompez da Silva, em artigo ao Dourados News critica a situação das calçadas ou passeios públicos, como também podem ser chamadas.
“Não raro, as calçadas são destinadas a outras finalidades completamente estranhas às necessidades dos pedestres. Em Dourados temos o inusitado de calçadas para servirem a lixeiras ou a árvores. Também calçadas contíguas que não apresentam continuidade de trajetória,não raro nos deparamos com calçadas tão estreitas que obrigam a quem as utiliza a andar em fila indiana, outras com declividades tão elevadas que exigem destreza de equilibrista para andar por elas, não raro há situações em que elas simplesmente não existem. Boa parte das que existem, por outro lado, encontram-se em estado tão degradado que certamente é mais seguro disputar as ruas com os carros do que se aventurar a transitar por elas”, disse.
O professor também ressalta que as diretrizes na Lei do Uso do Solo de Dourados não são obedecidas. “Lá no artigo 96 está estabelecido que: A largura mínima do passeio público em todas as Áreas Urbanas é de 2,50 m, sendo que nas Zonas Especiais de Interesse Social (em geral, conjuntos habitacionais), o passeio público poderá ter dimensão mínima de 1,50m; O passeio público deve ser livre e desimpedido de obstáculos, formação de degraus, muretas ou outro elemento de bloqueio e deverá obedecer ao critério de continuidade ao longo de sua extensão; A inclinação transversal mínima do passeio público será de 2%, e a máxima de 5% sendo que a partir de uma inclinação de 3%, deverá ser empregado material antiderrapante”, explicou.
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