sexta-feira, 26 de abril de 2013

Na busca pelo ‘poder’, adolescentes vão para o crime, diz psicóloga

 

Cada vez mais adolescentes estão envolvidos com crimes - Foto: agentesocioeducativo.blogspot.com
Eduarda Rosa
Os constantes casos de adolescentes envolvidos em atos criminosos tornaram-se comuns na rotina das cidades. Os fatos, somados a discussão sobre redução da menoridade penal chamou a atenção do Dourados News, que entrevistou a psicóloga Rosemeire Souza Martins, para saber o que leva um menor a cometer esses atos.
No domingo passado, um jovem de 16 anos – portador de uma extensa ficha policial – foi assassinado com um tiro no pescoço após envolver-se em uma confusão. Ontem, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) apreendeu duas meninas – uma de 13 e outra de 15 anos – transportando 47 quilos de maconha em uma mochila.

A primeira questão levantada pela psicóloga é o “poder”, “o adolescente quer ter o poder do grupo a que pertence, então quanto mais violento é, maior poder tem sobre o grupo”, disse.
Ela ressalta também o sentimento de impunidade, onde o “nada vai acontecer comigo” é muito comum nesta fase. “Eles dizem comigo isso não vai acontecer, não sou viciado, não vou ser atingido com isso, não vouengravidar”.
Mas o principal fator que pode levar o adolescente para o crime é quando da busca pela identidade, em que se afasta dos valores familiares e vai pertencer a um grupo, “buscam a própria identidade, que ainda é indefinida neste momento, e ainda não tem estrutura para sustentar uma nova, então os que não têm personalidade estruturada acabam sendo influenciados pelo grupo”.
PAPEL DA FAMÍLIA
Em relação a maioridade penal ela comenta que deveria haver mais discussões sobre os casos, “por exemplo, se diminuir para 12 anos, e esse adolescente for para a cadeia, não acredito que vá resolver, acho que com isso tirarão a função da família e da sociedade que é de educar”.
Rosemeire ressalta que a família e a sociedade tem que voltar a desempenhar seus papéis de educadores, “pois se essas organizações voltarem a educar as pessoas, não será preciso às leis atuar para educá-las”, finaliza a psicóloga.

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