Foto: Eduarda Rosa
Eduarda Rosa
Com o retorno as aulas, um dos fatores que podem prejudicar o aprendizado das crianças é a dificuldade em ouvir, já que a deficiência pode também causar dificuldades na fala, a retração e a insociabilidade da criança junto aos outros coleguinhas.
De acordo com o médico otorrinolaringologista, José Odair Zangirolami, “criança que não ouve não fala, pois a fala é uma consequência da audição – a fala acontece quando o cérebro decodifica a audição”, disse. “Elas não têm relação auditiva essencial, assim deixam de desenvolver uma série de dons que o ser humano tem e que são desenvolvidos pelo som. Por exemplo a música, pensamentos abstratos”, completou.
O médico alerta que desde os primeiros dias de vida, com o teste da orelhinha já é possível saber se a criança tem alguma doença e assim começar o tratamento. “São várias as causas: a criança pode nascer com uma má formação no ouvido; ser exposta a um barulho muito intenso; a mãe ter rubéola durante a gravidez, o vírus destrói o nervo auditivo, por isso a importância de antes da gestação tomar a vacina”, recomenda o médico.
Zangirolami também chama a atenção, pois mesmo a criança que nasce saudável pode desenvolver surdez por uso de fone de ouvido com som muito alto; barulho de explosão; doenças virais como caxumba e sarampo; além de deficiência auditiva na família, neste caso a mãe deve falar para o médico, pois a criança pode ter predisposição.
Os pais devem ficar atentos para crianças que: não dirijam o olhar ou vire a cabeça para sons altos; que vão mal na escola; que põem a TV ou som muito alto; que pedem para repetir muitas vezes a mesma pergunta; ou que tenha casos comprovados na família de surdez em membros jovens. “Crianças com dores constantes no ouvido ou que praticam natação devem procurar o otorrino ocasionalmente, recebemos muitos casos assim, pois a água pode causar inflamações. Por isso é preciso secar bem o ouvido depois que sai da piscina”, recomenda.
De acordo com o otorrino, crianças surdas precisam de um diagnóstico precoce, podendo após isso fazer um tratamento que venha melhorar sua vida. Os tratamento podem ser por meio de aparelho auditivo, em casos indicados; cirurgia de implante coclear, em casos específicos; ou o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais, em casos irreversíveis.
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