quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Os "Bailes da Vida" de antigamente em Dourados



Baile na fazenda Campanário anos 50
Por Carlos Magno Mieres Amarilha* (Poeta e Historiador).
Relembrar é viver! Dourados dos velhos tempos.
Dourados é considerada uma cidade de todos os povos e de todas as cores. A população de Dourados é constituída por inúmeros grupos étnicos, oriundos de diferentes partes do País e do exterior, que ajudaram na construção da cidade. São paraguaios, gaúchos, italianos, japoneses, árabes, italianos, alemães, nordestinos (pernambucanos, baianos, cearenses, sergipanos, alagoanos, paraibanos, maranhenses, piauienses), paulistas, paranaenses, mineiros, catarinenses, afrobrasileiros, terena, guarani, kaiowá, entre outros, que fazem com que a cidade apresente este “caldo cultural”.

Dourados encontra-se na condição de segunda cidade mais populosa do estado de Mato Grosso do Sul, constitui-se em centro regional de uma das áreas mais dinâmicas do Estado, conhecida mais como "Grande Dourados", atuando em todo o sul de MS, pelo meio de uma ampla rede de serviços especializados, variedade comercial e entretenimento como, cinema, teatro, barzinhos com músicas ao vivo, boates, danceterias, salões baileiros, comidas típicas, inúmeros restaurantes e lanchonetes; eventos culturais, científicos e artísticos; pólo educacional que recebe a milhares de estudantes, com escolas, universidades, que oferecem mais de 70 cursos de graduação; ampla rede hoteleira que atende viajantes, negociantes, pecuaristas, agricultores, turistas, profissionais, representantes comerciais entre outros.
É o oficio do profissional de história descongelar memórias do tempo passado, neste breve artigo apresentamos por meio de fontes memorialistas como os bailes em Dourados tinham um lugar especial no espaço social da vida cotidiana dos moradores douradenses no meados do século XX.

OS BAILES DE ANTIGAMENTE**

Segundo Júlio Capilé em seu livro “Antigamente era assim” que em Dourados, “Havia os bailes. Então que delícia!!! Mesmo que vigiada por toda a família, dança era agarradinha (valsas, tangos, sambas, polcas, etc.) mas em todas havia aquele prazer indizível de ter a querida em seus braços. Por isso ficavam em "par constante" a noite toda e bailes antigamente era mesmo a noite toda. Começavam às oito da noite e iam até clarear o dia. No dia seguinte o noivo ou namorado estava feliz e com a capacidade de sonhar muito mais ativa. Dias e dias vivia aqueles momentos felizes. Era a razão de conversa por muito tempo. As intimidades vinham mesmo depois do casamento” (CAPILÉ, 2004, p. 132).
Filha de paraguaios, Eunice Benites Ortiz, em seu depoimento, no livro Vozes Guarany (ORTIZ, 2011, p. 73-85), conta que nos meados dos anos cinquenta do século XX, já acompanhava seus pais ao baile que acontecia na época na cidade de Dourados. Ela recorda que com a implantação da Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND), chegavam à região muitos imigrantes brasileiros e estrangeiros, que contribuíram com os costumes e as tradições, alguns dos quais são mantidos até hoje.
Baile de carnaval feito em casas, Dourados 1956
De acordo com Eunice Benites Ortiz, os bailes eram aos sábados, na casa de um vizinho ou de parentes, muitas vezes, ficavam léguas e léguas.
“Íamos mais ou menos de trinta a quarenta cavalos todos juntos, os cavalos dos homens eram bem arrumados, com arreios e argolas, e a peiteira era de prata e ouro. As mulheres iam montadas de lado em seu cavalo, usando uma manta muito bonita, com vestido comprido que cobria a anca do cavalo; seus cabelos compridos soltos usando uma fita com um laço. Digo as solteiras, enquanto que as casadas usavam um lenço. Essa era a diferenciação”. (ORTIZ, 2011, p. 78).
Eunice Benites Ortiz conta que na sua juventude quando era convidada para algum baile no sábado, naquela semana trabalhava com muita disposição e alegria, porque sabiam que a diversão estava garantida. Lembra que era os pais que levavam as moças para os bailes e elas só poderiam dançar quando completassem quinze anos. Essa data era muito importante para as “debutantes” e para as famílias:
“Era costume se fazer um baile, convidar os amigos e lá pelas altas horas da noite, o pai vinha de braços dados com sua filha, que trajava um longo vestido branco e rosa, todo bordado, com uma tiara igual à de uma princesa nos cabelos, que eram compridos. Antigamente as mulheres não podiam cortar os cabelos, nem solteira, nem casada. O pai, vestido com seu melhor terno, apresentava a sua filha para as pessoas presentes no salão, todos batiam palmas e os músicos tocavam uma valsa. O primeiro a dançar com ela era seu pai. Na segunda música, o pai a levava para um pretendente, se tivesse; se não, oferecia ela para dançar a um cavalheiro que ele respeitasse e aí todos os convidados podiam dançar. Depois de terminada a dança, a moça se sentava ao lado de sua mãe e começava o baile novamente. Somente a partir desse dia, a moça estaria liberada para dançar nos outros bailes”. (ORTIZ, 2011, p. 74).
O local da dança nas fazendas era uma área feita com ramada e de chão batido, havia espaço para os músicos e uns bancos bem compridos, onde sentavam as moças e as mães.
“Os rapazes ficavam de pé do outro lado, bem de frente às moças, para que quando tocasse uma moda, eles rapidamente irem à frente daquela com quem queriam dançar, tiravam o chapéu e primeiro pediam permissão para a mãe. Se a moça desse “carão”, dissesse não, ela não dançaria com mais ninguém no baile. No momento da dança não podia encostar o corpo, só pegar nas mãos”. (ORTIZ, 2011, p. 74).
Os rapazes só começariam a dançar no baile quando completasse 21 anos de idade, só aí poderia também usar calça comprida, bombacha, colete, camisa com manga cumprida, guaiaca, bota e chapéu; antes dessa idade suas vestes era uma bermuda até aos joelhos, camisa e suspensório.
Os filhos homens viveriam sobre as ordens dos pais e dos irmãos mais velhos, trabalha-se para ajuda no sustento de casa, o dinheiro ganho, era o pai que administrava, “o irmão mais velho era considerado e respeitado com a mesma obediência do pai, poderia corrigir e até tomar atitudes na ausência do pai, os irmãos mais novos pediam benção”. (ORTIZ, 2011, 77). Quando o filho completava a maioridade, “o pai o levava para conhecer um cabaré, para ficar com as mulheres, mostrar o que é a vida”. Depois deste “teste”, ele estaria pronto para a vida e para arrumar uma moça de boa família para se casar, ou sair de casa se quisesse, porque “a obrigação do pai já havia sido cumprida”. (id, 77).
Nota-se a rigidez de uma família de ascendentes paraguaios que viviam em Dourados na época da implantação da CAND. Interessante depoimento para analises de entendimento deste momento histórico.
Imagem do coreto em Vila Macauba 1960

AS DANÇAS DE SUA ÉPOCA EM DOURADOS:

Dança Marchinha ou Arara:
Primeiro saía um rapaz a convidar uma dama para acompanhá-lo, batia palma três vezes, se a moça aceitasse, ela que iria chamar um rapaz, batendo palma três vezes e um atrás do outro, assim cada um tinha a oportunidade para chamar quem queria, igual a um cordão de fila, casais dançando no salão. De repente aparecia um rapaz com um chapéu na mão e colocava na cabeça do moço que estava dançando, este tinha que entregar a dama, e assim sucessivamente, até que música parasse. Quem ficava com o chapéu era motivo de risos, porque ficou de “arara”.
Dança da cadeira:
Uma moça sentava na cadeira no meio do salão, vinha um rapaz e pedia permissão para dançar. Ela levantava da cadeira, mas retornava a sentar e ele saía sem graça. Fazia isso também com o segundo, mas o terceiro ela tinha que aceitar, para que todos pudessem dançar.
Dança da “rancheira”:
O homem sapateava quando estivesse dançando com sua dama, mas se fizesse sapateado em frente de alguém se não tivesse dançando, era motivo de briga, porque era considerado um “insulto”.
Dança do Chupim:
Pares frente a frente, dama e cavalheiro começam a se “torrear”, seus dedos a estralar. Os pares se juntam para dançar, depois trocam os pares. Antes de acabar a música, surge um rapaz correndo, rouba uma das damas e sai em disparada. Os outros pares ficam admirados com a ousadia do rapaz. O que rouba a dama chama-se de “Caruncho”. O que ficou sem a dama, fica “pichado”, sem graça, e todos começam a rir.
 
Voleiro da familia Capilé
Dança do Lenço:
Todos os homens usavam lenço. Na hora que tocava a música, os homens tiravam o lenço do pescoço, com muita educação se colocavam em frente da dama com quem queriam dançar, apresentavam o lenço pedindo a contra-dança. A dama que aceitasse, se levantava, pegava na outra ponta do lenço e sem soltar, iam para o meio do salão, formando uma espécie de “túnel”. Os outros casais que viriam passavam por baixo daquele lenço, ficando em sequência e todos os casais prosseguiam iguais. Quando estavam todos no meio do salão, saíam com seus pares para dançar a música. Ao término da dança, paravam frente a frente e se cumprimentavam. O rapaz recolhia o lenço e a dama agradecia.
Dança do Xote
Era marcada dois a um ou dois a dois. De repente, trocava de par quando um cavaleiro de outro casal falava bem alto: “Lá vai, compadre”; e assim continuavam os outros casais até terminar a música. Geralmente os três pares mais bonitos que terminavam trocando com mais frequência.
Dança da Valsa
Era conhecida como “dança de rei e rainha”, considerada muito elegante. Naquela época, o rei e a rainha eram nossa mãe e nosso pai, a quem os músicos ofereciam a música.
churrasco a moda antiga, casamento em fazenda, baile, churrasco e polca paraguaia
CASAMENTO NA CHÁCARA
Os bailes de antigamente
duravam seis dias sem parar
ao som ao vivo de polcas paraguaias
ninguém parava de dançar
era feio arriar
no chão bruto sim senhor
as polcas vão e vêm
vai e vem
Fazendeiros, agregados, roceiros,
peões, chacareiros, sitiantes,
comerciantes, tropeiros, mascates,
dentistas, médicos, farmacêuticos,
não tinha essa
todos bailavam
e outros que gostavam de ir no baile
só para prosear e contar umas estórias
de Lobisomem que as criançadas
acreditavam
“Até aqui o Laquicho vai bem!”
que contava cada uma
mais cabeluda que a outra.
(IN: uma prosa Douradense, 2012, p. 52).
IGREJA MATRIZ ANOS 1950

O NAMORO EM DOURADOS ANTIGAMENTE

Eunice Benites Ortiz lembra como era o namoro naquela época, o namorado podia até pegar na mão da moça, mas de um modo fortuito. Iniciava com olhares sugestivos, depois com algum galanteio em palavras, gestos e atitudes. Quando estava mais firme o namoro, era permitido ir ao portão da casa da namorada para estreitar mais os conhecimentos. Depois de bem conhecidos tanto da escolhida como da família, lhe era permitida a entrada na casa. Sentados em um sofá ou banco longo, à frente mãe, avó ou irmã, vigiando o namoro. Lembra Ortiz que o namoro daquele tempo, “era só de olhar, nem beijo e por cartinhas só para quem sabia escrever, porque a maioria das pessoas era analfabeta”. (ORTIZ, 2011, p. 80).
Julio Capilé relata que a maioria dos namorados moravam longe, em fazendas ou em outros lugarejos e o encontro era mais espaçado. “Havia alguns que até choravam de saudade lá nos ermos onde viviam. Depois de aceito pela família, marcava-se a data para o noivado. Ficavam noivos e ai havia a liberdade de saírem à tarde juntos, acompanhados por uma irmãzinha ou irmãozinho. Irem à sessão de cinema - a matinê. Cinema à noite, só se fosse com a mãe ou outra pessoa de confiança da família. Mas nunca só da confiança da família do noivo”. (CAPILÉ, 2004, p. 132).
Com relação aos costumes alimentares, Eunice Benites Ortiz afirma: “Todos tinham trabalho, eram amigos, tudo que produziam repartiam. As comidas existentes naquele tempo eram a carne de caça, porco, boi e galinha. As plantações eram milho, mandioca, cana-de-açúcar. Com o milho, se socava, fazia a canjica, que cozinhava junto com a carne, conhecida como o ‘Locro’. A mandioca descascada, cortada em cubos, cozinhava com carne, chamada de ‘Guisado’. Todos comiam em uma mesa tipo prancha, enorme, com mais de três metros de comprimento. Era nesta mesa que minha mãe amassava o trigo até virar uma massa, cortava em tiras para fazer talharim, o macarrão, que se cozinhava com frango, cebola, alho e cebolinha, que dava o ano inteiro e era o tempero natural. Quando se matava um animal para se alimentar, todos comiam, parentes e vizinhos, e assim sucessivamente eram divididos a todos. Doces eram de rapadura ou melado, compotas de banana, goiabada, arroz doce, doce de leite. Frutas eram banana, laranja, melancia, abacaxi, lima, mexerica, limão, manga, tudo sem agrotóxicos. O adubo era esterco de vaca e galinha. Os remédios eram as plantas medicinais. A maioria das mulheres tinham seus filhos com parteira. Raríssimo ouvir dizer que alguém estava doente, passava-se anos para saber que alguém falecera, quando acontecia de alguém falecer, era velado em casa, em cima de uma mesa, velas ao redor do corpo, faziam caixão de madeira para enterrar, faziam uma cova nos fundos de sua casa e enterravam”. (ORTIZ, 2011, p. 84).
CASAMENTO DOURADOS ANOS 50 - fonte, MOREIRA, Regina Heloiza Targa. Memoria Fotografica de Dourados. Campo Grande UFMS. 1990. (2)

O CASAMENTO DE ANTIGAMENTE

Os moradores da região levavam uma vida simples, quando a pessoa ia casar, fazia-se um mutirão para fazer a casa. Segundo Julio Capilé, “geralmente de tábua e coberta de taboinha. Era membeca, quando havia, ou de palha de milho bem rasgada. “O defeito, era o barulho de fácil construção e, estando a madeira no local, terminava-se com um dia ou pouco mais, num regime de alegria e festa”. (CAPILÉ, 2004, 135). Conta Capilé ao fazer a casa já ficavam prontos: o fogão de barro, de cupim ou de tijolos; o poço ao lado da cozinha e a privada lá no fundo do quintal. A cozinha um pouco separada da casa para evitar a fumaça no interior. Essa era a obrigação do noivo. Da noiva a obrigação era o enxoval incluindo o colchão geralmente feito de capim ao deitar-se e mexer na cama. Mas era confortável. Também, em locais frios, o acolchoado, uma espécie de edredon de lã grosso feito pelas mulheres num mutirão”. (ibid, p. 135). Naquela epoca o noivo comprava uma ou duas panelas, uma chaleira, uma frigideira, dois garfos, uma faca de cozinha, dois pratos, duas canecas, uma bacia para lavar o rosto e outra maior para tomar banho, um penico e “com isso estavam bem municiados e enfrentavam a vida anos a fio criando filhos e netos”. (ibid, 2004, 136).
Importante este ponto, para entender como viviam as famílias (principalmente dos peões) neste período, já que o difícil era as “panelas” e não a “casa”. Considerar que as populações que viviam naquele período, a maioria rural, tinham uma vida simples.
 
Decoração feita de lencol com folhas de coqueiro. Fonte, arquivo Grupo Literario Arandu

A IMPORTÂNCIA DE DESCONGELAR MEMÓRIAS DA CIDADE

Neste breve artigo, pudemos verificar o quanto era diversificada a cultura imaterial da região da Grande Dourados, na década de 1950. Os bailes eram os momentos em que a sociedade se reunia para se divertirem, proporcionando momentos de lazer entre a juventude daquela época. Muitos namoros e casamentos são resultados daquelas festas. Também notamos que muitos bailes atualmente cumprem esse mesmo propósito, porém longe do olhar vigilante e severo dos pais. No entanto, nos idos de 1950, importância dos bailes era bem maior, uma vez que reunia as famílias da região para se integrarem socialmente.
As análises aqui expostas não esgotam a pauta da construção cultural sobre a identidade dos douradenses. É impossível oferecer afirmações conclusivas ou fazer julgamentos seguros sobre as alegações e proposições teóricas que estão sendo apresentadas. O universo das identidades e suas representações apresentam-se de forma múltipla, variável, instável, complexa e ocorrem numa variedade infinita de manifestações subjetivas. Por isso, as formulações deste breve artigo são provisórias e abertas a contestações.
A memória é a capacidade humana para reter e guardar o tempo que se foi, salvando-o da perda total. A memória, como propriedade de conservar certas informações, remete-nos em primeiro lugar a um conjunto de funções psíquicas, graças às quais o homem pode atualizar impressões ou informações passadas, ou que ele representa como passadas. A memória não seria um simples lembrar ou recordar, mas revela uma das formas imperiosas de nossa existência, que é a relação com o tempo, mas o tempo com tudo aquilo que está invisível, ausente e distante, isto é, o passado. Esquecer é ficar privado de memória e per¬der alguma coisa; o papel da memória é o de lembrar, para não ficar no esquecimento.
Sem isso a população urbana não tem condições de compreender a história de sua cidade, como seu espaço urbano/rural foi produzido pelos homens através dos tempos, nem a origem do processo que a caracterizou. Enfim, sem a memória não se pode situar na própria cidade, pois se perde o elo afetivo que propicia a relação habitante-cidade, impossibilitando ao morador de se reconhecer enquanto cidadão de direitos e deveres e sujeito da história.
Cultura é, portanto, tudo aquilo criado pelo esforço e pela inteligência humana, quer mostrado sob a forma tangível, material ou intangível, imaterial (expresso em usos, costumes, idéias e ideais). É o modo de vida de uma sociedade, como resultado das transformações humanas e da soma do conhecimento humano.
O entendimento do significado da cultura, da relatividade dos hábitos, costumes e valores e de sua transitoriedade poderá tornar o ser humano mais tolerante, pois aquilo que julgamos certo ou errado, justo ou injusto, bom ou ruim pode ter diferentes significados em outros lugares e em outros momentos. Ao compreendermos que nossos atos e nossas atitudes estão relacionados com a cultura da qual fazemos parte, poderemos aumentar nossa tolerância com as pessoas que são por nós, consideradas diferentes. E, ao mesmo tempo, iremos observar que em diferentes culturas, há valores mais amplos que vão gradativamente predominando e que, provavelmente, passarão a se constituir em valores universais adotados por todos os povos humanos, por exemplo, os direitos humanos, a qualidade de vida, o respeito ao meio ambiente, entre outros.
Os seres humanos sentem necessidades de explicar para si próprio sua origem e sua vida. Nesse sentido, a memória ocupa um papel importante na vida social da sociedade. O estudo do passado nos prepara para fazer reflexões e análises no tempo presente. Que ajudam a criar ícones de respeito às diferenças e tomar atitudes de tolerâncias em nossa sociedade. Estudar a História é ceder ao fascínio de contemplar a vida do homem na terra e o maior deslumbramento em pesquisar a História reside na interseção do geral com o particular. O oficio do historiador é considerado como “um ato de amor”. O amor é ele próprio uma forma de conhecimento.
(*) Carlos Magno Mieres Amarilha, presidente do Grupo Literário Arandu. Professor de História da UEMS, unidade Amambai e da FETAC em Caarapó, membro da diretoria da ANPUH–MS.
** Cada légua, 6.600 metros aproximadamente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AMARILHA, Carlos Magno Mieres. Uma prosa douradense. Dourados: Grupo Literário Arandu. 2009.
CAPILÉ JUNIOR, João A .. CAPILÉ, Júlio, CRUZ E SOUZA, M. L. História, fatos e coisas douradenses. Dourados: s. n., 1995.
CAPILÉ, Júlio. Antigamente era assim, crônicas. Brasília: Ed. do Autor, 2004. 319p.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 5.ª edição. São Paulo: editora Ática. 1996.
Jornal O Progresso, Dourados, 21 de abril de 1951, p. 2.
MOREIRA, Regina Heloiza Targa. Memória Fotográfica de Dourados. Campo Grande: UFMS. 1990.
ORTIZ, Jane Mary Benites. Cultura imaterial: danças e namoros em Dourados na década de 1950. In: Vozes Guarany: histórias de vidas sul-mato-grossenses. Dourados: Nicanor Coelho-Editor. 2011. p. 73-85.

Originalmente publicado em: http://www.douradosnews.com.br/cultura-lazer/os-bailes-da-vida-de-antigamento-em-dourados

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