A primeira edição do jornal de 1959 - Foto: Eduarda Rosa
Eduarda Rosa
Médico Joaquim Lourenço Filho
Assim, o formato do jornal em forma de rolo foi considerado uma “inovação revolucionária”, pelos diretores da primeira fase, isto por conta de seu cumprimento de 166 centímetros, da primeira edição.
A novidade era tamanha que o próprio diretor teceu comentários, no próprio jornal, a respeito de como ler o conteúdo, “Para ler nosso jornal com certa elegância, aconselhamos que se faça o seguinte: Ao começar a desenrolar a ponta inicial, não deixe que a mesma comece a descer em direção ao solo; inicie com ela um novo rolo e facilmente, a medida que for desenrolando um, irá enrolando o outro”.
Ele também fala das vantagens do formato, pois o comprimento poderia ser grande, mas a largura era de apenas 16 centímetros então “o leitor não precisa abrir os braços para ler este jornal. Em qualquer lugar, até mesmo num bonde (se houvesse aqui), seria capaz de fazê-lo com facilidade”. Outra vantagem apontada é o volume reduzido, que permitiria que o jornal fosse conduzido “no bolso sem amassá-lo” e que manteria o jornal “fechado” no formato cilíndrico, evitando de ser “peruado” na banca de jornais, ou seja, aberto por outras pessoas antes do comprador final.
Forma de como era lido - Foto: Eduarda Rosa
Foi considerado “coisa de loucos” por alguns, por ter o trabalho triplicado, pois a paginação era frente e verso e a colagem das páginas era manual.
Mas as dificuldades não intimidaram a divulgação do primeiro exemplar do periódico, “Não ignorávamos, naquela ocasião, os muitos obstáculos que teríamos pela frente. O exemplo dos outros que se dedicam a manter um jornal, não nos teria encorajado. Conhecendo, de perto, como conhecíamos as dificuldades que isso acarreta, teríamos desistido. Se tal não aconteceu, deveu-se, exclusivamente, à nossa teimosia.”, escreveu o diretor em 1959.
O jornal tinha a intenção de ser semanal, mas nessa época ainda havia a dificuldade de encontrar as tipografias para a impressão, tanto que o para o primeiro número o atraso foi de dois meses e para o segundo número o atraso foi de três meses, pois a impressão era feita na Tipografia Rui Barbosa, em Campo Grande.
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