terça-feira, 29 de outubro de 2013

Assassinatos de mulheres no Estado estão acima da média nacional; em Dourados eles ficam abaixo


Mulher indígena foi morta em fevereiro - Foto: Divulgação
Eduarda Rosa
Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apresentado ontem (25), aponta que no Brasil, de 2001 a 2011, ocorreram mais de 50 mil feminicídios (violência contra a mulher que leva a morte). No ranking dos Estados, Mato Grosso do Sul ficou na 14ª colocação, com média de 6,44 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres, acima da média nacional (5,82).

Apesar do alto índice sul-mato-grossense, em Dourados, de acordo com o delegado Regional da Polícia Civil, Antônio Carlos Videira, a quantia de casos até setembro de 2012, continuam o mesmo neste ano, ou seja, três mulheres mortas.
No total do ano passado, foram cinco mortas, média de quase cinco para cada grupo de 100 mil mulheres, abaixo da brasileira.
“A Lei Maria da Penha tem funcionado na cidade e permitiu a repressão maior dos autores dos crimes de violência doméstica. E não só a repressão, mas medidas protetivas que deixaram as mulheres mais seguras, isto preveniu ocorrências de crimes”, explicou o delegado.
Assassino de manicure foi condenado a passar 16 anos e três meses em regime fechado, mas teve a pena reduzida para 13 anos - Foto: Arquivo/Diário MS
Segundo Videira, no Brasil o aumento é mais complexo de ser explicado, pois depende de região para região, das políticas públicas de cada Estado, culturas, investimentos em segurança pública, apesar de a Lei ser válida em todo o país.
Em fevereiro deste ano, uma indígena foi encontrada morta em sua residência na aldeia Bororó. A polícia suspeitava que a mulher fosse vítima de um homicídio e o autor do crime teria usou um machado para golpeá-la. O principal suspeito era o genro.
No mês de julho, uma mulher, moradora no estado de São Paulo, foi morta com três tiros durante um assalto, na Rua Toshinobu Katayama, em Dourados. Os bandidos tentaram sequestrar as irmãs da vítima, ela viu a ação, tentou ajudá-las, mas um dos criminosos atirou nela três vezes, acertando-a no nariz, na perna e nas costas.
Um caso bastante lembrado foi o da manicure, Jamille Letícia de Souza Santos, 29 anos, que morreu no final de 2011, após ser agredida por golpes de faca no rosto, na mão direita e no peito. O acusado foi seu ex-marido, Walder Arantes da Rosa, que foi condenado e poderá ficar na prisão até 2017.
Lei Maria da Penha
A média nacional de mortes reduziu pouco após a criação da Lei Maria da Penha, “as taxas de mortalidade por 100 mil mulheres foram 5,28 no período 2001-2006 (antes) e 5,22 em 2007-2011 (depois)”, revela o estudo.
A pesquisa também estima que ocorreram, em média, 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 dia, ou uma a cada hora e meia.
Mulheres jovens foram as principais vítimas: 31% estavam na faixa etária de 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos. Mais da metade dos óbitos (54%) foram de mulheres de 20 a 39 anos.
A maior parte das vítimas tinham baixa escolaridade, 48% daquelas com 15 ou mais anos de idade tinham até 8 anos de estudo.

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