Eduarda Rosa
O professor e doutor em História, José Carlos Ziliani, pensa que as várias vezes que ocorreram campanhas para mudar o nome do Estado, demonstraram a “crise de identidade” de MS.
Para ele, as pessoas não trocam o nome do Estado, mas fazem alusão àquilo que conhecem sobre um referente. O que a grande maioria das pessoas de fora do Mato Grosso do Sul conhecem, e esse conhecimento é histórico da longa duração, é o Mato Grosso.
A divisão aconteceu oficialmente no dia 11 de outubro de 1977
“As pessoas que não têm a experiência de uma relação significativa com o MS que as levassem de fato a identificar o ‘novo Estado’. Com isso, podemos afirmar que a representação que o MS tem para o resto o país é pouco significativa, pouco expressiva. Então minha opinião é que nesse sentido trocar de nome muda quase nada, as pessoas continuarão a nos chamar de MT”, ponderou Ziliani.
A população teve que engolir o fato político criado
Segundo o Professor Ziliane, a população foi chamada apenas para “assistir” ao novo acontecimento, só foi informada depois.
“Claro que algumas análises ufanistas, ou interessadas na legitimação histórica do acontecimento insistem no dado “inventado”, de que a população esperava, que ela comemorou. No dia 01 de janeiro de 1969, ocorreu uma carreata em Campo Grande, organizada por aqueles políticos, subsidiando os interessados com combustível para ao carros”, esclareceu.
Divisão
A divisão foi propiciada também pelos interesses de setores da elite política e econômica da parte sul do Estado.
Com a separação, o Mato Grosso do Sul pode desfrutar melhor dos benefícios da apropriação dos tributos gerados pela economia sobre a forma da aplicação de impostos. E a criação de políticas específicas voltadas para as aspirações locais.
Mas também teve que criar um novo aparato político administrativo que custou caro, além da falta de entendimento entre as elites locais no que se refere ao projeto do novo estado.
“O Estado se destacou e se destaca naquilo que ele tem de potencialidade: uma pecuária grande e hoje bastante desenvolvida; uma cultura tradicional de produção e consumo de erva mate; a região pantaneira recentemente inventada como atrativo turístico”, finalizou o professor Ziliani.
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