Kawane recebendo o diploma das mãos do reitor da UEMS
“Quero voltar para a aldeia, trabalhar e dedicar tudo que aprendi aqui dentro da UEMS! Com toda a vontade, com toda honra!” É o que enfatiza Kawane Lopes Alexandre, 22 anos, indígena recém-formada no curso de Enfermagem, pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).
Foi com muita emoção e alegria, que o reitor Fábio Edir dos Santos Costa, abriu a temporada de formaturas de 2017, nesta quarta-feira (1º). Na primeira cerimônia, em Dourados, 105 bacharéis dos cursos de Ciências Biológicas, Ciência da Computação, Direito, Enfermagem, Engenharia Ambiental, Engenharia Física, Química Industrial, Sistemas de Informação e Turismo receberam a outorga de grau.
“Ao nos encaminharmos para o final desta etapa tão importante, peço que cada um traga à memória aquilo que realmente dá sentido à vida, aqueles que vocês amam, aquilo em que vocês acreditam, e lutem por isso, com toda a força que já provaram ter ao concluir a graduação. No final das contas não é uma questão de conquistar ou ter alguma coisa, mas de sermos... humanos”, enfatizou o reitor da UEMS, Fábio Edir, desejando sucesso aos profissionais formados.
A nova Enfermeira formada pela UEMS, Kawane Alexandre, foi incentivada pela família a atuar na área de saúde, pelo irmão que é enfermeiro e pela mãe que é técnica de enfermagem. “Sempre gostei também de enfermagem, de cuidar de pessoas que estão doentes, sempre me interessei por esta área. Quando morei na aldeia vi a necessidade que tem lá dentro, de ter um cuidado maior, as crianças desnutridas, por isto que a gente tem que lutar para cada vez melhorar a saúde lá”, destacou.
Kawane teve acesso ao ensino superior por meio das cotas e acredita ser de extrema importância para abrir portas para os indígenas. Assim, como Sander Sabino, de 24 anos, que ingressou no curso de Direito pelas cotas para negros, “as cotas são uma boa oportunidade também para facilitar ou para permitir o acesso de pessoas de escolas públicas na universidade, porque querendo ou não o vestibular é um processo que exclui bastante as pessoas. Na UEMS o legal é que também tem as cotas para indígenas, além das cotas raciais de escola pública, então torna o ambiente bem mais diversificado”, ressaltou.
No ambiente das formaturas os sorrisos e também os choros de emoção são fáceis, principalmente, dos familiares e amigos que estavam perto e participaram da busca pelo diploma. O pai orgulhoso, Carlos Alberto Sigolo, de 55 anos, estava muito feliz e emocionado pela formatura do filho Gabriel Sigolo, no curso de Ciência da Computação. “Foram muitas dificuldades e sacrifícios, mas a vitória é muito saborosa. Hoje é um dia muito feliz e tem que se dar muito valor neste dia, não só pelo sucesso, mas pela formação e por ajudar a nação a ser melhor. Sempre o incentivei a estudar, pois é como diz o ditado ‘é na sala de aula que se forma uma nação e dentro da sala de aula que se transforma o cidadão”, disse.
O incentivo também pode vir do marido, como foi o caso da Maria Helena dos Santos, de 49 anos, formada em Turismo. “É a minha primeira faculdade, estou feliz nesse momento da colação de grau e devo muito ao meu marido que foi quem mais me incentivou, pois se não fosse ele eu não teria feito. Optei por fazer turismo, porque eu sou muito sul-mato-grossense, nasci aqui, acho que é um meio de a gente divulgar as coisas legais que tem no nosso Estado. Amei o curso, faria tudo de novo”, ressaltou.
Nesta quinta-feira, 02, é a vez dos formandos nas licenciaturas da UEMS em Dourados, às 19h, no Auditório da UFGD, unidade 2, na Cidade Universitária. O calendário de formaturas pode ser acessado neste link.
Abaixo, confira algumas das turmas que colaram grau na cerimônia desta quarta-feira.
Formandos/as do curso de Direito
Formandos/as de Ciências da Computação
Formandas do curso de Enfermagem
Formandos/as do curso de Turismo
Formandos/as de Química Industrial
Publicado em: http://www.uems.br/noticias/detalhes/quero-voltar-para-a-aldeia-e-dedicar-tudo-que-eu-aprendi-na-uems-diz-formanda-indigena-110739
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