Palhaço Chuvisco anima o público - Foto: Ademir Almeida
Eduarda Rosa
Desde os cinco anos Nilton foi incentivado pelo pai a ser palhaço - Foto: Ademir Almeida
Aos 15 anos, Nilton decidiu de fato dedicar-se a profissão, mesmo sabendo da parte difícil do ‘ser palhaço’.
“Às vezes eu tenho que fazer palhaçada mesmo sem querer, às vezes estou triste, mas não posso demonstrar. Há quatro meses perdi meu pai e cinco dias depois tive que estar lá trabalhando. Da profissão do palhaço o chato é isso: faça chuva ou faça sol, triste ou alegre, você tem que fazer o pessoal rir. Você tem que ser profissional e a gente tenta fazer o máximo possível. O pessoal nem percebe, mas a gente pode estar triste, magoado e tá lá, tá fazendo”.
Chuvisco ensaia e treina de 2 a 3 horas por dia - Foto: Ademir Almeida
Mas a tal “Magia do Circo” é tão verdadeira que, quando entra no picadeiro esquece-se do “Nilton”, a partir daí quem vive é o “Chuvisco”.
“Quando eu interpreto o personagem, eu sou o personagem. A gente vive o momento que está fazendo, se eu sou o palhaço, tenho que primeiro acreditar que sou para transmitir isso para o pessoal”.
Toda vez que eu faço alguém rir parece que eu estou querendo mudar o mundo!
— Palhaço Chuvisco
E o que mais incomoda é não conseguir fazer alguém rir, pois “o ápice do palhaço é a risada” e o aplauso, a sensação de dever cumprido.
Afinal, o circo ainda leva a diversão pura, que temsido esquecida ou trocada por jogos eletrônicos ou passeios a centros de compras. “Meu pai disse que antigamente o artista de circo era como um artista de televisão. Quando chegavam à cidade as pessoas queriam tirar foto, abraçar, pegar autógrafo. Hoje em dia para vir ao circo o povo tem que ter muita vontade, porque não é como o shopping que tem vários atrativos, como lojas, cinema”, constatou o palhaço.
“O ápice do palhaço é a risada” e o aplauso, a sensação de dever cumprido - Foto: Ademir Almeida
A vida circense proporcionou a Nilton conhecer todo o Brasil e a América Latina. Ele lembra que as diferenças dentro do país são tantas que em algumas ocasiões o público não entende a piada. Mas para isso não acontecer ensaia de 2 a 3 horas por dia e adapta o repertório a região. “Tem que ter disciplina, porque não adianta chegar lá e fazer de qualquer jeito, é preciso fazer bem feito para as pessoas gostarem. É necessário ter dedicação, pois se dedicando no que faz, faz bem feito”.
Levar alegria e felicidade, mesmo nem sempre estar sentido isto, é uma missão para quem ama o que faz. “Circo representa amor para mim, porque o que a gente faz é com amor, é incondicional o amor que eu sinto pelo circo! Toda vez que eu faço alguém rir parece que eu estou querendo mudar o mundo!”, finaliza Chuvisco.
"É incondicional o amor que eu sinto pelo circo!", Chuvisco - Foto: Ademir Almeida
Internacional Circo Kroner
O circo tem 26 anos de ‘estrada’, já percorreu toda a América do Sul e conta com uma equipe de 186 pessoas.
Fica até domingo em Dourados com sessões diariamente às 20h30 e aos sábados e domingos às 18h e 20h30 – ao lado do Douradão. Acompanhadas de um adulto pagante, crianças de até 12 anos não pagam.
http://www.douradosnews.com.br/cultura-lazer/profissao-palhaco-missao-tirar-um-sorriso-ate-dos-mais-ranzinzas
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