Por: Eduarda Rosa
Blocos de concreto com PET foram produzidos por acadêmica da
UEMS
Milhares de garrafas PET vão para o lixo todos os dias,
então porque não reutilizá-las na produção de blocos de concretos para a
construção civil? Esta foi a ideia, que deu certo, de uma pesquisadora da
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).
A acadêmica de Engenharia Ambiental da UEMS, Camila de
Carvalho Sousa, desenvolveu esta ideia na pesquisa intitulada “Caracterização
física e mecânica de blocos vazados de concreto simples confeccionados com a
adição parcial de resíduos plásticos pós-consumo: Classificação”, orientada
pelos professores Aguinaldo Lenine Alves e Antonio Aparecido Zanfolim.
A motivação do trabalho veio porque no Brasil estima-se a
geração de 0,5 a 1,0 kg/hab/dia de lixo e a indústria de embalagens está
amplamente associada à crescente geração destes resíduos. Além de que, no
país a maioria dos fabricantes de refrigerantes utiliza embalagens descartáveis,
sendo, 80,2% embalagens PET, indicando um consumo anual de aproximadamente 250
bilhões de unidades, deste total, cerca de 4,7 bilhões de unidades são lançadas
indiscriminadamente no meio ambiente.
Para a produção dos blocos de
concreto foram substituídas 15% da quantidade de areia por garrafas pets
usadas, que depois de moídas se tornaram pó. As garrafas utilizadas para o
trabalho foram obtidas de pontos de coletas, antes de serem encaminhadas
ao aterro sanitário de Dourados.
Como resultado os blocos de concretos ficaram mais
resistentes à compressão e os resíduos plásticos proporcionaram o preenchimento
dos poros existentes. Com isso o produto final teve uma melhor compactação,
ficou menos permeável, mais resistente a impactos devido o aumento
significativo da resistência à compressão, o classificando como Classe C, com
função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do nível do solo.
Segundo a acadêmica, no decorrer
deste estudo, constatou-se que, para se produzir 15 blocos de concreto com a
adição de resíduos plásticos moídos em substituição a 15% de areia,
necessita-se de aproximadamente 80 garrafas plásticas de dois litros. Com isto,
concluí-se que na execução do projeto de uma casa popular, de 42m², serão
necessárias 8.187 unidades de garrafas PET.
“O que representa um grande benefício
econômico e ecológico, já que, neste caso, proporcionariam o aumento da vida
útil de aterros sanitários, a diminuição da poluição de terrenos e locais
públicos e principalmente à retirada de área dos leitos dos rios seriam
atenuadas. Por ser simples e de fácil padronização, a reutilização das garrafas
PET não agrega alto valor as indústrias do setor. Assim sendo, uma opção
inovadora, uma alternativa ecologicamente correta, capaz de suprir as necessidades
do setor da construção civil em conjunto com o desenvolvimento sustentável”,
ressaltou.
A pesquisadora termina enfatizando
que é necessário
à introdução de políticas públicas, incentivos privados e parcerias com as
indústrias de bebidas e produtoras de plásticos, visando o gerenciamento das
garrafas PET descartadas, facilitando assim, o reuso delas.
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