Segundo dados do IBGE em 2000, 5 milhões de pessoas
tinham problemas relacionados à surdez
A audição é um dos cinco sentidos do corpo humano sendo importante tanto
para o aprendizado como para se evitar acidentes, por isso é fundamental cuidar
da saúde do ouvido, desde sua higienização até a exposição a altos volumes.
O otorrinolaringologista, José Odayr Zangirolani, aconselha a não utilizar
o cotonete na limpeza do ouvido, pois “ele empurra a cera para dentro, não
remove, deve ser usado apenas na parte externa, na orelha”. A alta ou baixa
produção de cera não é uma doença, pois ela é uma proteção para o ouvido, assim
produz um cheiro específico que evita a entrada de insetos.
Um fator que pode antecipar a diminuição da capacidade auditiva é o uso
de fones de ouvido em alturas acima do recomendado. “Os fones podem fazer uma
lesão do nervo auditivo. A pessoa tem que evitar sons acima de 80 decibéis, até
80 decibéis a gente sente uma sensação desagradável, mas é prontamente
recuperável acima de 80 decibéis com o uso frequente, você passa a ter uma
lesão, que é irreversível”, alerta Zangirolani.
A perda da audição também é fisiológica, ao chegar aos 50 anos mais ou
menos já existe uma perda progressiva. E essa perda acontece mais no homem do
que na mulher, “nas mulheres ocorre com freqüência a osteoporose e no homem a
surdez, são doenças ligadas ao sexo. Mesmo que ele não tenha se exposto a
barulhos intensos, não tenha trabalhado em oficina, cerraria, com motosserra ou
com música alta vai ter uma perda”, explica o otorrino.
Para detectar a surdez são necessários testes por meio do teste da
orelhinha, no bebe, e da audiometria, nos demais pacientes. E foi por meio
deste teste que a servidora pública, Rachel Dias, descobriu que não escutava
nada do ouvido direito, a possível causa é que tenha sido por uma caxumba que
contraiu na infância. Apesar de possuir essa deficiência ela não obteve
prejuízos, “eu fiquei feliz ao saber, porque eu passei a me entender mais,
entender porque as vezes falavam comigo e eu não respondia. Atualmente posso
concorrer a vaga de deficiente em concursos públicos e no meu ambiente de
trabalho todo mundo sabe da minha surdez e conversam comigo, com a boca para
mim, se afastando da frente do computador para eu poder ver o que as pessoas
estão falando”, relata Rachel.
Porém para as pessoas que nasceram completamente surdas é mais difícil a
aprendizagem e a socialização. Adelaide Jacob de Matos é intérprete da Língua
Brasileira de Sinais (Libras) há 10 anos, no convívio com os surdos a maior
dificuldade que ela encontra é a falta de comunicação “o mundo do surdo é muito
restrito, no sentido de informação, isso também dificulta no seu aprendizado”.
Por conta disso é importante que o
surdo e as pessoas que convivem com ele aprendam a Língua de Sinais, “pois sem
a linguagem apropriada ele vai saber se comunicar apenas com os familiares,
enquanto que com a Libras ele vai conversar com qualquer pessoa que a sabe,
ouvinte ou surdo”. diz Adelaide.
Libras
A Língua Brasileira de Sinais – Libras foi reconhecida como meio legal de
comunicação em 24 de abril de 2002, pela Lei Federal nº 10.436. A Libras é uma
forma de comunicação e expressão, com estrutura gramatical própria, não simplesmente mímicas e gestos soltos,
utilizados para facilitar a comunicação.
EDUARDA ROSA
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