Janaína Carvalho, hoje com 23 anos, foi atropelada por um carro em alta velocidade na Av. Marcelino Pires, quando tinha apenas 13 anos. Ela sofreu luxações nas pernas e braços, além de ficar traumatizada de sair às ruas sozinha. “Eu estava voltando da feira de bicicleta e quando olhei para atravessar vi o carro longe, pensei que dava tempo e fui. Quando vi estava no chão. Depois de sair do hospital não queria mais saber de sair na rua.”, comenta Janaína.
O condutor que atropelou Janaína já respondia a processos por se envolver em outros acidentes e excessos de velocidade, inclusive em regiões próximas a escolas. Ele teve sua carteira de habilitação apreendida e teve que passar por aulas de reciclagem em centros de formação de condutores.
José Francisco da Silva não teve a mesma sorte que Janaína. Aos 56 anos, ele foi colhido por um veículo enquanto transitava de moto por uma rua pouco iluminada. Sofreu diversas fraturas na perna esquerda e bacia e escoriações pelo corpo, ficando cerca de 6 meses sem conseguir andar. O motorista fugiu do local sem prestar socorro. “Fiz várias cirurgias e só depois de 6 meses que comecei a fisioterapia. Andar mesmo, sem apoio, foi só depois de quase um ano.”, relata José.
O complemento do Mapa da Violência 2011 – Os jovens do Brasil, escrito por Julio Jacobo Waiselfisz, em Abril de 2011, faz uma análise de acidentes de trânsito com mortes, durante a década de 1998 a 2008, e o registro de mortes nesses 10 anos foi de 38.273, deixando o Brasil em 10º lugar entre os 100 países analisados no relatório do estudo divulgado em 24 de fevereiro de 2011.
Nesse período o crescimento de mortes de jovens no transito cresceu 12,5%, ou seja, os óbitos juvenis aumentaram 15 vezes mais que os do restante da população, segundo o Mapa da Violência.
Mas quais os fatores que levam a tão elevado aumento desse número? O psicólogo, Ricardo de Oliveira Utuari, explica que os jovens acham que são onipotentes e que não vai acontecer nada com eles, só com os outros. “Um jovem dirigindo um carro é sinônimo de poder e às vezes eles utilizam o poder desse carro para superar os seus limites e barreiras, para se divertir e essa mistura torna-se uma coisa perigosa, arriscada”, comenta o psicólogo.
Outro fator que desencadeia a maior parte dos acidentes de transito, é a mistura de bebidas alcóolicas e entorpecentes. “O uso do álcool é estimulado pelo grupo, então eles vão experimentando isso de uma forma consciente, mas sem pesar as verdadeiras consequências de fazer o uso de isso tudo”, conclui o psicólogo.
Ocorrências
Somente nos primeiros quatro meses de 2011, o Corpo de Bombeiros de Dourados atendeu 2.438 ocorrências, totalizando 885 vítimas. A média de pessoas envolvidas em acidentes todos os dias é de 9,37. Esses números assustam não só ao Corpo de Bombeiros, mas também aos diversos órgãos ligados ao trânsito e hospitais. Apenas o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Samu – contabiliza uma média de 25 a 30 atendimentos por dia.
O sargento Wilson Freitas, do 2º Grupamento de Bombeiros de Dourados diz que imprudência dos jovens é uma das maiores causas de acidentes. “O jovem pensa que nada pode lhe acontecer, que as regras de trânsito são feitas para os outros e por isso ele dirige sem atenção e respeito às outras vidas que estão ao seu redor”, finaliza Freitas.
Plano Nacional de Redução de Acidentes e Segurança
O dia 11 de maio foi escolhido para lembrar o Plano Nacional de Redução de Acidentes e Segurança Viária. No Brasil também foi lançado o Pacto pela Redução de Acidentes de Trânsito como parte integrante das ações Plano de Ação da Década de Segurança no Trânsito 2011-2020, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Plano Nacional traça metas a serem atingidas até 2020, com a intenção de estabilizar e depois reduzir em até 50% os números de mortos e feridos em acidentes de trânsito. Segundo a ONU, em 2009 foram registrados 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países. No Brasil os números vão de 35 mil a 50 mil mortes por ano.
Em Dourados, o dia 11 foi marcado por panfletagens, palestras nas escolas e ações dos órgãos de Segurança, buscando conscientizar a população quanto à realidade da violência, desrespeito e imprudências no trânsito.
Dicas de Segurança no Trânsito
Trafegue na faixa certa - Em baixa velocidade, conserve-se na faixa da direita.
Você se mantém mais seguro e não atrapalha o trânsito.
Cuidado nas ultrapassagens - Só ultrapasse pela faixa da esquerda.
Você evita surpresas para você e o motorista da frente.
Atenção ao sinal amarelo - Não faça do sinal amarelo um complemento do verde.
Pare e evite acidentes com carros e pedestres.
Buzina só em último caso - Evite ficar buzinando o tempo todo. Isso só causa
stress e sustos desnecessários. Quando o carro à sua frente estancar no sinal, tenha paciência e aguarde. Antes de buzinar, lembre-se que poderia ser você.
Pega é crime - Fazer pega nas ruas é crime. Rua não é pista de corrida.
Acidentes durante pegas geralmente matam motoristas e transeuntes inocentes.
Não utilize celular - É proibido usar telefone celular enquanto se dirige.
Quando o seu tocar, estacione o carro em local seguro e só então atenda. Falar ao celular atrapalha a concentração e provoca acidentes graves.
Estacione sempre corretamente - Nunca pare em fila dupla, principalmente
em frente a escolas. Isso tira a visão dos motoristas que passam e das crianças que atravessam a rua. Calçada é lugar de pedestre, não de carro.
Cinto de segurança é obrigatório - Não abra mão de sua segurança. Para
não amassar as roupas use um pano entre elas e o cinto, ou use acessórios acolchoados nos cintos. Torne a colocação do cinto um procedimento automático assim que entrar no carro.
Faixa de pedestre - O próprio nome já diz tudo. Não pare o carro sobre ela.
É contra a lei.
Fonte: Prefeitura de Bento Gonçalves - RS
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